O DECLÍNIO DAS FESTAS JARDINENSES

terça-feira, 31 de maio de 2011

Fui, sábado passado, à festa dos Anos 60 no CAP. Como todos sabem, o público presente foi o pior da História. Temo que tenha sido a última. Não gostaria de ver a melhor festa do ano desaparecer do calendário, a exemplo do que já ocorreu com as outras.

Pergunto-me o que se passa com meus conterrâneos, que foram abandonando, uma a uma, todas as festas tradicionais. Nos anos de 1980 e 1990, vários eram os bailes promovidos pelos clubes jardinenses. Lembro-me bem do Sábado de Aleluia, da Rosa de Maio, do Luar de Agosto, da Rainha do CAP, da Festa do Redeiro, do São João, do Aniversário do CAP, do 1º de Novembro no Independente, do Natal e do Reveillon.
Perceba, caro leitor, que, dentre todas as que mencionei, restaram apenas a dos Anos 60 e o Reveillon. Aquela, repito, não atrai o público de antes, enquanto esta nunca mais foi a mesma após o ano de 2000, quando cada clube passou a realizar o seu.

Culpa-se, hoje, a crise econômica que assola a atividade têxtil do município. Discordo desse argumento. Afinal, exceto o período de bonança vivido em quase todo o governo de Lula, Jardim de Piranhas sempre enfrentou problemas sazonais em sua principal atividade econômica.

Não consigo compreender o porquê de uma população inteira abdicar de alguns raros momentos de lazer. Festas em ambientes fechados são mais seguras, oferecem maior conforto e possibilitam oportunidades únicas de ver de perto nomes consagrados da música brasileira. Nos festejos populares, geralmente custeados com dinheiro público, não há nada disso. Becos escuros viram banheiros, calçamento transforma-se em pista de dança e canções de gosto duvidoso roubam o sossego de idosos e crianças que moram no centro ou nas imediações da igreja local.

Todavia, sinto-me como se pregasse no deserto. Talvez o tolo nessa história toda seja eu, por continuar apegado a um passado impossível de ser revivido. Perdoe-me, caro leitor, por não haver evoluído, a ponto de compreender as estruturas deste mundo moderno. Desculpe este escrevinhador ranzinza, que só sabe reclamar das coisas como elas são. Que autoridade tenho eu para impor minha vontade? Nenhuma. Sou, tão-somente, mais um Quixote, incapaz de derrotar os moinhos de vento criados por minha senil imaginação. Afinal, como diz o poeta da nova geração, “O amor é feito capim. Mas veja que absurdo: A gente planta, ele cresce. Aí vem uma vaca e acaba tudo”!

3 comentários:

Graças Silva disse...

Alcimar não pense que estar sozinho lembrando dos bons e velhos tempos.
Sábado fiz um comentário a respeito dessa festa que já foi tão esperada pelos jardinenses. Acredito que o problema é política que sempre estraga tudo de bom que temos ou tivemos, mas poeta não combina com você e seu estilo.

Anônimo disse...

Alcimar o problema não foi politica e sim a crise pois muitos casais ficaram loucos pra ir,mas não tinha grama assim como eu e meus vizinhos.

Anônimo disse...

É verdade, Jardim vai em direção oposta a tradição da cultura regional . Festas tradicionais não existem mais, acharam que tudo pode ser Carnaval misturado com Forró Elétrico acompanhado drogas, prostituição e bebidas,"lucro é o que interessa nessa geração podre ". A tendência é cair no esquecimento.É um sinal negativo, o povo que escolheu esses governantes e políticos com pensamentos decadentes,retrógrados e individualistas, Colhem aquilo que plantaram.

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