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sexta-feira, 25 de novembro de 2011


CADÊ O OUTRO?

A Jane Godoy entregou o carro ao manobrista. Ele recebeu as chaves com calma e gentileza. Depois, fez a clássica pergunta:

-- A senhora tem algum objeto no carro que gostaria de declarar?

-- Tenho um par de óculos. Estão no porta-luvas.

O homem abriu o porta-luvas. Encontrou um estojo. Abriu-o e confirmou o conteúdo. Olhou de novo o local. Apalpou-o. Nada. Preocupado, informou:

--Só encontrei um óculos. O outro não está aqui.

Apressada, Jane desculpou-se. Disse que se havia enganado. Na verdade, não teve tempo de explicar ao jovem a manha da palavra óculos. A trissílaba joga no time de férias, condolências e pêsames. Usa-se sempre, sempre mesmo, no plural. Como é um sistema de possibilidades, a língua oferece opção ao falante. Em vez de dizer os óculos, ele pode dizer um par de óculos: O verão vem aí. Vou escolher um par de óculos escuros. Paulo perdeu os óculos de grau. Precisa, agora, ir ao oftalmologista para comprar novos óculos.

Óculo

Óculo existe? Existe. Tem vários significados. Entre eles, luneta, que tem uma lente. Binóculo pertence à família. Bi quer dizer dois. O danadinho tem duas lunetas e, claro, duas lentes.

Resumo da opereta: óculos tem duas lentes, uma para cada olho. Daí o plural obrigatório.

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