CONTRIBUIÇÃO DO LEITOR

sexta-feira, 2 de março de 2012

Na minha adolescência

Eu me lembro com saudade das minhas façanhas
Foi o meu divertimento do tempo de adolescente
Do meu querido inesquecível Jardim de Piranhas,
Do jogo na quadra na Rua Velha, que era frequente
Após o jogo, a gente ia tomar banho no rio Piranhas
Na volta, entrava no bar pra beber uma aguardente

Tinham os rachinhas por trás da escola Marinheiro
Onde a gente fazia do local um bom divertimento,
Colocava duas pedras de cada lado, um verdadeiro
Campo de futebol, ali foi a brincadeira do momento
Completava sempre dentro do rio o banho rotineiro
Alguns se arriscavam a pular da ponte, um demente

Outro local de que não posso esquecer, além do banho
Do rio, eram os açudes nos confins de nossa cidade
O açude de Chico Nicolau, que tinha menor tamanho
Tinha também o Açude da Santa, pra falar a verdade
Eu não tinha muito interesse de ir tomar esse banho
Era tão distante que muitas vezes perdia a vontade

No campo Santo Amaro o jogo no final de semana
Uma rivalidade entre o Corinthians e o Fluminense,
E entre equipes da região, e tudo terminava na cana
No Bar do Escolha, baluarte torcedor do Fluminense
Fazíamos a festa com mui cerveja, tira gosto e cana
Por conta de Tiquinho, o presidente do Fluminense

Na praça Pe. João Maria, o espaço para a gente jogar
O campinho improvisado do jogo de final de tarde
O jovem se divertia, parecia um parque para brincar
Era coisa simples, mas a gente se divertia à vontade
Não tinha clube nem estádio, somente aquele lugar
Lá se praticava um lazer simples, porém, de verdade

Quando anoitecia, tomava-se rumo da nossa pracinha
Era o local mais visitado, onde os jovens passeavam
Dando volta na praça para encontrar a namoradinha
Contavam piadas, outros namoravam e paqueravam
O namoro sentado no banco ou pegado na mãozinha
Tudo com muito respeito, saíam do jeito que voltavam

No final de semana também tinha o suarê na boate
Uma festa calorosa na escola Marinheiro Saldanha
As danças nos meados dos anos oitenta pareciam arte
Música internacional não sabia, mas tinha a manha
O traje tão esquisito que parecia homem de marte
Tudo aquilo era divertido, mesmo que fosse estranha

Só que tinha hora certa de levar a garota na casa dela
Com muito respeito só tinha um carinhos e um abraço
Só que, nas altas horas, tinham as serenatas nas janelas
A namorada ficava dentro de casa e não tinha espaço
Quando o pai da garota acordava, era sebo nas canelas
Nego se perdia na escuridão, do tênis só vinha o cadarço

Bem! Como os velhos tinham que dormir pra trabalhar
A gente voltava para pracinha e ia jogar conversa fora
Não tinha nada de ficar de bebedeira nem de se drogar
Quando o corujão passava, a gente retornava pra casa
Bem! A gente tinha obrigação de estudar e de trabalhar
Eram verdadeiros cidadãos, tinham uma reputação clara


Falar em estudar, não posso deixar de falar do ônibus escolar
Para os jovens que estudavam em Caicó, não só estudavam
Também transformavam aquela viagem num meio de vadiar
Era o único jeito dos jovens viajarem, como eles gostavam
Como também uma fonte de lazer para namorar e brincar
Na volta como era divertido: uns dormiam, outros cantavam


Nonato Bertoldo (Ceará)

2 comentários:

Anônimo disse...

enquanto isso, fernando de tirina, joenes e rangel curtiam no ensolarado caribe, traçavam as beldades de hollywood, bebiam drinks exóticos, desfilavam em carrões, lanchas, hidroaviões, enfim, eram os caras mais desejáveis da america central.
já roberto careca, coitado, tecia em tear de pau, namorava um fresco lá para as banda do poço da onça, andava num jumento ano 53, enfim, era o mais fodido de marré.

jack malvado

Anônimo disse...

nonato, e o cabra-cega, lá no armazém de joão dino, regado a tapa-olho, carimbada e chibancada nas canelas?

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