ATLETAS FESTEIROS... ATÉ QUANDO?

segunda-feira, 28 de maio de 2012



Deu no jornal O Globo, edição de sábado passado:

JOEL SANTANA DIZ QUE RONALDINHO GAÚCHO É INTOCÁVEL NO FLAMENGO

Técnico usa exemplo do passado e diz que camisa 10 não será nem mesmo substituído

RIO — Apesar dos problemas extra-campo em que Ronaldinho Gaúcho esteve envolvido ao longo da semana, Joel Santana deu condições de intocável ao camisa 10 do Flamengo. O técnico explicou na manhã desta sexta-feira, no Ninho do Urubu, os motivos de continuar apostando no meia-atacante. Neste sábado, o clube enfrenta o Internacional, às 18h30m, no Engenhão, pela segunda rodada do Campeonato Brasileiro.

— O craque é o craque. Com o ídolo em campo, com certeza o adversário te respeita de outra forma. Ainda mais um jogador desse porte — justificou.

(...)


Veja você, caro leitor, como é doce a vida de algumas estrelas do futebol brasileiro. Qualquer outro trabalhador seria sumariamente demitido caso se comportasse como a estrela do Flamengo. Ronaldinho Gaúcho, Adriano, Ronaldo Fenômeno, Fred, para citar apenas alguns, fazem parte de uma casta privilegiada de “profissionais” da bola. Vivem em baladas e pouco se importam em honrar as tradições dos clubes que lhes pagam salários astronômicos.

Não sei se você, caro leitor, tem a mesma opinião. Sempre achei que um atleta deveria cuidar da saúde e zelar pela forma física. Afinal, o corpo é o instrumento de trabalho. Seria lógico, pois, que todos os boleiros treinassem com afinco e levassem uma vida mais regrada, a fim de dispor de plenas condições físicas para suportar o desgaste de uma partida de futebol.

Diferentemente do que ocorre na Europa, os craques tupiniquins não são cobrados pelos desvios de comportamento. Afora um ou outro puxão de orelha, os clubes e os torcedores, na maioria das vezes, toleram a falta de profissionalismo, desde que, em campo, as coisas andem razoavelmente bem. A paixão, neste caso, joga contra o time de coração, na medida em que o principal jogador da equipe não compensa o investimento e, para piorar, age como elemento desagregador e desestimulante para os demais.

Não deveria ser assim. O conhecido “país do futebol” tem por obrigação cuidar melhor da paixão nacional. Não se mais admite que clubes centenários fiquem à mercê dos caprichos de alguns bobalhões cuja maior virtude foi nascer com o dom de dominar uma bola. Pior ainda é ver torcedores apaixonados saírem em defesa de indivíduos que, na prática, demonstram um visível desprezo pelas cores que fingem amar (e ainda há quem neles acredite!).

O pior é que essa falta de profissionalismo não contamina apenas os grandes jogadores. Quando o CAP disputou o Campeonato Potiguar, a grande maioria dos “profissionais” que vestiu a camisa tricolor deu mais atenção à cerveja que aos treinamentos. Há casos de farra e bebedeira que até hoje são lembrados e já fazem parte do folclore local.

Ronaldinho Gaúcho e seus comparsas deveriam se dar conta do mal que causam às crianças que os idolatram. Sou do tempo em que Zico e Roberto Dinamite, craques dentro e fora de campo, eram admirados até pelas torcidas adversárias. Não me lembro de haver lido quaisquer notícias sobre o envolvimento dos dois com traficantes ou sobre a participação de um ou outro em baladas. Coincidência ou não, Zico e Roberto são admirados até hoje por todos aqueles que verdadeiramente gostam de futebol. Bons tempos aqueles...

0 comentários:

Postar um comentário

You can replace this text by going to "Layout" and then "Page Elements" section. Edit " About "