ERA VENCER OU VENCER
DATA: 18 de agosto de 1985
CENÁRIO: Campo da Emparn, em Cruzeta/RN
PROTAGONISTAS: CAP e Fluminense, de Cruzeta
Nem o mais otimista torcedor do CAP esperava tanto. Vencer o Fluminense, em Cruzeta, não seria tarefa fácil. Invicto jogando em casa e ocupando a primeira colocação na classificação geral, a equipe cruzetense parecia de ir de vento em popa rumo à segunda fase do Campeonato do Interior do RN, já que iria disputar os últimos três jogos em casa, com o apoio da torcida.
A situação do CAP não era de toda má. Com um ponto a menos que o Fluminense, ainda jogaria as duas últimas partidas em Jardim. Mesmo assim, precisava sair de Cruzeta com uma vitória, pois só tinha um ponto de vantagem sobre o rival Independente, a Seleção de Caicó e o Jardim E.C., de Jardim do Seridó, os três de olho nas duas vagas.
O retrospecto dos dois tricolores apontava para um amplo favoritismo do Fluminense, que empatara o jogo de ida, em Jardim, pelo placar de 1 a 1. O CAP, após estrear vencendo o Independente, começou a apresentar problemas no ataque, que chegou a Cruzeta apresentando a pífia média de 0,7 gol por jogo (cinco em sete jogos). Alcione, o artilheiro do time, havia feito um único gol. Nem mesmo Edvaldo, um centroavante contratado havia poucas semanas, conseguira resolver o problema. Mas, se o ataque do CAP pouco funcionava, sua defesa era a melhor dentre todas, com apenas quatro gols sofridos.
Pois bem. O CAP ainda não vencera jogando fora. O Fluminense, por outro lado, não perdera em casa. Estava armado o palco para a quebra dessas escritas. Começa o jogo. Atuando com Francimar, Casinho, Paulo, Lobão e Lázio; Bené, Concone e Carlos; Alcione, Edvaldo e Dedé (depois Virino), o CAP partiu para cima do Fluminense atacando sempre pela direita, explorando a velocidade de Alcione sobre o sofrível lateral cruzetense. E foi por esse lado que saiu o primeiro gol. Alcione conduziu a bola com o peito, deixou os zagueiros para trás e encobriu o goleiro. Minutos depois, Edvaldo fez o segundo, chutando a bola por baixo do goleiro que, novamente, deixou a área na vã tentativa de interceptar a bola. A grande torcida do CAP, que lotara três ônibus para ir a Cruzeta, invadia o campo a cada gol marcado. 2 a 0 foi o resultado do primeiro tempo.
A partida, que agora parecia fácil, começou a se complicar no segundo tempo. Aproveitando-se do recuo do CAP, o Fluminense foi com tudo ao ataque e logo conseguiu empatar o jogo. Só então o CAP recobrou o espírito, equilibrou o jogo e fez o gol da vitória, num bate-rebate dentro da área: Paulo chutou, a bola resvalou nas costas de Edvaldo e morreu nas redes. O árbitro Antônio Lira, de Natal, deu uma mãozinha ao time local, inventando um pênalti no final do jogo, brilhantemente defendido por Francimar (a bola ainda tocou na trave antes de sair). Logo em seguida, Casinho foi expulso, mas não havia tempo para mais nada. O CAP conquistava, assim, uma de suas mais valorosas vitórias e arrancava rumo à classificação. Quanto ao Fluminense, acabou em quarto lugar no grupo e não disputou a segunda fase do campeonato.
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