POR QUE NÃO SE CONSEGUE REGISTRAR IMÓVEIS EM JARDIM

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Muitos jardinenses sabem que, já faz algum tempo, não se consegue, pelos meios normais, registrar algum imóvel no Cartório local. A fim de que não pairem mais dúvidas acerca do problema e, principalmente, não se jogue a culpa sobre os ombros de quem não a merece, tentarei explicar por que isso ocorre, na linguagem mais clara possível. Segundo informações prestadas ao blog por Nelson Vitorino Lustosa, titular do Cartório até 2009, tudo começou no ano de 1943, quando a Diocese de Caicó ajuizou uma ação de Usucapião, visando legalizar a doação do terreno que lhe fora feita, segundo dizem, por Margarida Cardoso. A sentença só foi prolatada em 1946, havendo sido registrada no 1º Ofício de Caicó. Em 1998, a Diocese moveu uma nova ação, desta feita visando à retificação da área, que compreendia todo o perímetro urbano e parte da zona rural. Em razão de o rio Piranhas banhar mais de um Estado da Federação, o processo teve de ser remetido à Justiça Federal, em Natal. Essa ação foi julgada em 2004, mas, até hoje, não ocorreu a transferência da matrícula do imóvel aqui para Jardim. Além disso, segundo Maria de Lourdes Reges de Araújo, a atual titular do Cartório local, também se faz necessária a regularização fundiária urbana, que exige um levantamento topográfico de toda a cidade, como se esta fosse ser completamente loteada entre os atuais moradores. Feito esse levantamento, a Prefeitura notificaria todos os proprietários de imóveis e, após outros procedimentos exigidos pela lei, poderiam ser emitidas as escrituras para quem ainda não as possuísse. A questão principal é saber quem vai pagar essa conta que, por sinal, será bastante salgada. Ressaltem-se, por fim, que: 1º) o erro cometido no registro de um terreno pertencente a Emerson de Sobélia, o qual já foi corrigido há alguns anos, nunca foi a causa do problema; e 2º) grande parte das cidades brasileiras está nessa mesma situação, não sendo, portanto, “privilégio” nosso.

5 comentários:

Francisco Borges disse...

Meu caro amigo Alcimar, julgo muito oportuna a matéria em tela, e a respeito dela venho informar que existe um mandado do juiz federal Magnus Augusto Costa Delgado,datado de 05/10/2005 mandando o Cartório local preceder a retificação de área, fato este que até o momento não foi cumprido pela senhora oficiala do 1º Cartório; acredito que a população precisa se mobilizar e provocar o ministério público para que obrigue a senhora escrivã a cumpri o que determina aquele documento,portanto, creio que este é o primeiro passo para desatar o nó em que está amarrada a cidade. Tenho interesse no caso, a quem interessar possa pode me procurar - fone:9952 0007.

. disse...

Meu amigo Francisquinho. Desconheço a existência desse mandado a que você se referiu. O que Nelson e Lurdinha me asseguraram, hoje mesmo, foi que não há nenhum problema quanto à retificação da área. O entrave está, efetivamente, no LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO. Mas agradeço pelo seu comentário e vou saber mais deles sobre o que vc alertou.

Francisco Borges disse...

O mandado existe sim, tenho cópia dele comigo, e estou a procura de algum companheiro para provocar o ministério público, aliás, este documento que tenho cópia já é reiteirando um anteriormente expedido e que o Dr. Nelson nunca cumpriu, alegando que o documento estava inlegível - pode?

. disse...

Caro Francisquinho. Conforme registrei na postagem, o Cartório local até aguarda que se faça a transferência do registro do imóvel aqui para Jardim. Sem essa transferência, não é possível cumprir o mandado a que você se refere. Mas insisto: NÃO É ESSE O PROBLEMA QUE IMPEDE A EXPEDIÇÃO DE ESCRITURAS.

NOÉLLINGTON disse...

Parabenizo o Sr. Alcimar por ter procurado tomar ciência dos entraves em relação ao registro de imóveis de Jardim de Piranhas, o qual esclarece de forma clara e objetiva acerca do "problema". E tenho a plena certeza de que as informações prestadas pelos tabeliães Nelson e Lourdinha são bastante esclarecedoras, haja vista também ter trabalhado no referido Cartório no período de 2003 até 2009 e sempre estivemos na expectativa da resolução do "problema". Um abraço ao amigo Alcimar e aos Jardinenses.

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