O Clube Atlético Piranhas que se conhece hoje, apesar de existir há apenas 27 anos, possui traços comuns às primeiras equipes de futebol formadas em terras jardinenses. O CAP é, digamos, o último membro de uma linhagem de grandes times de futebol locais que, afora a fama de esquadrões quase imbatíveis, divulgaram com orgulho o nome do Município e também do rio que o banha, valiosíssimo recurso natural numa região árida e escassa de chuvas como a nossa.
Tudo começou no início dos anos 40. Enquanto o Brasil e o mundo viviam o pesadelo da Segunda Guerra Mundial, aqui em Jardim de Piranhas, na época um pequeno distrito de Caicó, surgia o Esporte Clube Piranhas pelas mãos de Bianor Florêncio e de Sebastião Alves dos Santos (Bastião Tertulino). O futebol, enfim, caía no gosto dos jardinenses, desbancando o jogo de peteca, até então o único esporte por eles praticado.
O Piranhas de 40, como se convencionou chamar a equipe, teve como primeiro e único presidente o Sr. Bianor Florêncio, um de seus fundadores. A sede do time foi instalada no número 88 da rua 15 de Novembro, onde também funcionou uma barbearia. Os próprios jogadores mantinham a equipe através do pagamento de mensalidades. O montante arrecadado cobria as despesas com o salário do técnico caicoense Titico de Mariana, com o aluguel da sede e com a lavagem do uniforme. Este era composto de camisas com listras verticais azuis e brancas, calções brancos com detalhes azuis nas laterais e meias azuis, tudo doado por Marinheiro Saldanha e pelo Monsenhor Walfredo Gurgel, chefes políticos da região.
A equipe fez sua estréia no dia 7 de junho de 1940 enfrentando uma equipe da vizinha cidade de São Bento/PB. Ao final dos noventa minutos, o Piranhas venceu por 2 a 0, gols anotados por Bastião Tertulino e Clóvis de Seu Nequinho. Naquele mesmo ano, o Piranhas ainda viria a empatar em 0 a 0 com uma equipe de Catolé do Rocha/PB.
continua...
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