HOMENAGEM A MANOEL BATATA

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

MANOEL BATATA
(foto do blog Encantos do Seridó)

PORQUE DEUS CONVOCARA NOSSO MANOEL BATATA?

Jair Eloi de Souza(*)

O pêndulo do tempo acabara de abraçar nova era. Mas os sinos d`além ainda transmitem uma sinfonia do cênico natalino, absorvem a idéia de que a comunhão das gentes, da cristandade  se eterniza se adereçada de uma melodia, mesmo distante. Nesses tempos, a alegria se esboroa, enaltecem-se os bons costumes, aproximam-se os distantes, e Deus sutilmente, elege para ter em sua companhia alguém dentre aqueles que participam da dança dos puros. Neco..., como assim o tratava suas manas: Bia de Fanca,  Marli, Marlinda, Marlete e Petinha, fora o escolhido. Nós, amigos, que o tínhamos como um ser de fino trato, temos muita dificuldade para absorver essa máxima. Dentre nós, não é difícil encontrar alguém que não aceita esse cenário, nos colocamos no direito de tê-lo entre nós por mais tempo, afinal sua generosidade para conosco, não era uma exceção, era a regra.
 
O conheci na puberdade dos tempos, eu menino bochudo, ele mais taludo, mais encorpado, mais arisco, também pudera, ter como matriz a incansável Cabocla de Sátiro,  é um privilégio. Assisti sua estreia no grande time do velho Piranhas, nos anos sessenta: ladeava monstros sagrados como Benedito de Eduardo, Justino de Eliza, Arnaldo de Sales, Mussu de Manoel Grabiel, Eunápio Cavalcanti, nosso patinho de Epaminondas, a gazela do Seridó, o incansável estilingue de Mocinha, Birrim, Biroca, e imaginem, ombreados pelo nosso inesquecível Evaristo de Emídio Mariano, o melhor futebolista de todos os tempos de nossa Jardim. O estilo de Manoel Batata, era o meia rompedor, ora centroavante, ora meia abusado, arremessava petardos indefensáveis.

Ontem, nos deixou. O Pretor maior não criara nenhum constrangimento para Manoel Batata. Aproveitou a madorna de meio dia e fizera o convite para habitar às cercanias de sua Corte. Hoje assistimos e fizemos as suas exéquias. Foi homenageado pelo não menos ilustre Willy Saldanha, que em discurso de boa resina fraternal, ofertou por todos nós, o lamento por perda irreparável. Não poderia ser diferente. Manoel Batata além da decência nos seus procedimentos durante toda a silhueta de sua vida, nos legou um exemplo brioso de trabalho, de um caráter e personalidade receptiva, cujo manto era eivado de uma humildade ímpar, porque tinha a vocação de sempre fazer a satisfação dos seus amigos.

Adeus, Manoel Batata, quisera eu assistir o cênico do abraço da velha e honrada Cabocla de Sátiro, em sua recepção na Corte Celeste.

Aqui na terra, no nosso Sertão, na nossa Jardim, em silêncio, quero escutar a sonoridade apelativa dos velhos búzios em lamentação pela sua partida.

(*) Professor e dirigente do Curso de Direito da UFRN.   

1 comentários:

Anônimo disse...

Mané batata era caba que gostava de ser chamada pra rir.Mas tinha o dom de saber quem prestava e quem não valia nada. Era homem que sabia ser colega. Sim, já tinha me esquecido, ali sabia fazer uma tripa de porco assada. Menino!

Mané, Deus nosso pai vai lhe arrumar uma praça boa no além, com gente de pensamentos bons. Se eu não for para inferno, eu dou uma passada ai.

Doido Oto

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