JOGOS INESQUECÍVEIS DO CAP

sábado, 18 de junho de 2011

OS HERÓIS DO PRIMEIRO CLÁSSICO


Nos últimos vinte e oito anos, importantes capítulos da História do futebol jardinense foram impressos com as cores tricolores. É o que você, caro leitor, verá a partir de hoje.

O PRIMEIRO CLÁSSICO

DATA: 26 de maio de 1985
CENÁRIO: Estádio Benedito Bezerra Lins, em Jardim de Piranhas/RN
PROTAGONISTAS: CAP e Real Sociedade Independente

Era chegada a hora. CAP e Independente, enfim, frente a frente, abrindo o Campeonato do Interior do RN. Após dois anos de ferrenha rivalidade, surgia a oportunidade de se provar, de uma vez por todas, quem tinha o melhor time, qual era a maior torcida. As duas equipes, até então, cultuavam o hábito de fazer apenas amistosos contra equipes de cidades vizinhas. À proporção que batiam esses adversários, CAP e Independente iam construindo a fama de times imbatíveis entre os desportistas da região.


Se CAP e Independente não se enfrentavam, não era por falta de propostas. Convites foram feitos ora por um, ora por outro, mas sempre surgiam problemas de última hora que impediam o acerto final. O local do jogo, a questão financeira, o momento – bom ou mau – pelo qual os times passavam, o menor empecilho servia de pretexto para se adiar o que todos, no íntimo, temiam, porém aguardavam com ansiedade.

Em 1985, os dois resolveram participar do popular Matutão, uma espécie de Segunda Divisão do futebol norte-riograndense. Nessa competição, as equipes eram agrupadas segundo a proximidade geográfica, critério que certamente reuniria os arqui-rivais numa mesma chave, obrigando-os a se enfrentar duas vezes, no mínimo. E não deu outra.

Como ambos não queriam entrar para a História na condição de perdedor número um, CAP e Independente correram atrás de reforços. O primeiro montou a base de seu time com jogadores de Janduís e o segundo, com jogadores de Caicó. Na semana do clássico, as duas equipes se prepararam com esmero. Até Reinaldo, campeão do mundo com Flamengo em 1981, esteve em Jardim assistindo ao treino de apronto do CAP. Palestras, concentração, nenhum detalhe passou despercebido.

Mas o jogo não mexia apenas com os jardinenses. O próprio jornal Diário de Natal, um dos organizadores do Matutão, promoveu a partida, prevendo que nela seriam batidos recordes de renda e público, o que acabou acontecendo de fato. O campo começou a lotar ao meio-dia, três horas antes do início do clássico. De Caicó, vieram um ônibus lotado de curiosos e as equipes esportivas de duas emissoras de rádio – a Rural e A Voz do Seridó – para cobrir o evento.

Tudo pronto, o árbitro caicoense José Bezerra deu início à partida. O Independente começou no ataque, mas o CAP logo equilibrou o jogo e passou a dominá-lo, forçando as jogadas com Alcione, pela direita, e com Concone, pelo meio. O Real sentiu a pressão e começou a errar muitos passes. O CAP (que jogou com Francimar, Casinho, Paulo, Lobão e Lázio; Bené, Totonho e Concone; Alcione, Virino – depois Albino – e Dedé – depois Cândido), porém, não soube aproveitar o nervosismo do rival e o primeiro tempo terminou como começou.

Na etapa final, o panorama foi bem diferente. O CAP veio mais cauteloso e o Independente, mais agressivo, uma vez que jogava em seu estádio. A impressão de todas as 2.505 pessoas que pagaram para ver o jogo era de que o placar mudaria a qualquer momento, pois quando não era o Real que atacava, era o tricolor que levava perigo à meta adversária.

Aos 30 minutos, finalmente, saiu o gol: a defesa do Independente rebateu uma bola: De Carola tentou dominar, mas não conseguiu; Concone tomou-lhe a bola, entrou na área e tocou na saída do goleiro Nego Chico. A torcida tricolor explodiu de alegria. A partir daí, o Independente tentou de todas as formas empatar a partida. A torcida concriz quase comemorou, já nos descontos, quando Pelezinho cabeceou uma bola que passou rente ao travessão de Francimar. Mas foi só. O CAP conseguiu suportar a pressão e o desespero do Real até o apito final.

A torcida tricolor não coube em si de tanta alegria. À torcida do Independente, restava o consolo de tentar devolver a derrota no clássico seguinte. Mesmo que conseguisse, todavia, jamais mudaria o fato de que coubera ao Clube Atlético Piranhas a primeira vitória. E, tal qual o primeiro beijo, esta jamais será esquecida.

1 comentários:

Anônimo disse...

Boa noite, Alcimar.
Você sabe que o mando de campo foi do Real Sociedade Independente(RSI), por que citou sempre o cap em primeiro lugar? por que não colocou a escalação do RSI no jogo?
Você sempre conta uma história vitoriosa do cap, mas o RSI leva vantagem nos clássicos(fora as propinas e os roubos)
Assina: Torcedor apaixonado do RSI

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