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domingo, 26 de junho de 2011



SEM COMPROMISSO


Oba! Amanhã é feriado. Nada de aula. Nada de trabalho. Nada de dar e receber ordens. A folga dá descanso ao relógio. Sem os ponteiros implacáveis, podemos acordar mais tarde, ficar na cama até vir vontade de levantar, misturar o café da manhã com histórias, gargalhadas e animação. Há espaço pra reunir os amigos e bater uma peladinha. Em suma: curtir é a ordem.

A palavra feriado vem de longe. Nasceu talvez no século 13. O paizão da folgada se chama feira (em latim, mercado). Em sentido litúrgico, a dissílaba queria dizer dia de festa, dia de repouso. A população aproveitava a liberdade. Reunia-se nas praças pra paquerar, bater papo, dar uma caminhadinha. Os comerciantes descobriram ali um filão. Ofereciam mercadorias pra faturar um dinheirinho. Resultado: feira deixou a acepção folgada pra lá. Tornou-se sinônimo de trabalho. Daí o nome de cinco dias da semana: segunda-feira, terça-feira, quarta-feira, quinta-feira, sexta-feira.


É o segundão

Por que segunda-feira é segunda, não primeira? A razão é tão lógica quanto dois e dois são quatro. O primeiro dia da semana é domingo — o Dia do Senhor. E sábado? A trissílaba nasceu hebraica. Sabbat é o dia do repouso para os judeus. Dela vieram sabático e sabatina.


Corpus Christi

Os católicos celebram Corpus Christi. Em português: o corpo de Cristo. O feriado tem uma marca registrada. Cai sempre na quinta-feira. Qual? A que vem logo depois do domingo da Santíssima Trindade. Nesse dia, os católicos têm uma obrigação. É rezar. Se possível, acompanhar a procissão.


Rezar pra quê?

Muçulmanos, judeus, budistas, católicos, protestantes, evangélicos, todos rezam. "Pra quê?", perguntam os filhos cheios de programas e sem disposição pra perder minutos preciosos em preces & cia. A questão bateu à porta de velho monge que convidava os discípulos a subir com ele até o alto de uma montanha pra rezarem juntos. Fazia isso todos os dias. Perto dali, logo abaixo, havia um rio com águas puras e cristalinas. Certa vez, um dos rapazes indagou:

– Mestre, por que oramos todos os dias se não conseguimos gravar as palavras na mente? Pouco me lembro do que oramos ontem e já nem sei o que falamos há dez dias.

O monge, com calma e serenidade, pegou um cesto de bambu e o deu ao discípulo dizendo:

— Filho, vá até aquele rio e traga este cesto cheio d'água pra mim.

O mocinho lá se foi.  Ao voltar com o cesto vazio embora ainda molhado, o monge lhe perguntou o que ele havia concluído. A resposta:

— Mestre, um cesto de bambu não pode reter a água porque o líquido escapa pelos furos.

— Só isso?, insistiu o monge. Então vá novamente ao rio e traga o cesto com mais água. E lá se foi o jovem.

Ao voltar, o monge lhe perguntou o que ele tinha concluído. A resposta foi a mesma. O monge pediu novamente que ele repetisse a operação. E fez isso várias vezes.Depois de várias idas e vindas, finalmente o discíscípulo concluiu:

– Mestre, agora percebo uma diferença: o cesto está mais limpo do que antes.

Satisfeito, o monge acrescentou:

— Exatamente! O mesmo acontece conosco quando oramos. Muitas vezes esquecemos as palavras. Mas, com certeza, ficamos mais limpos e o nosso espírito é purificado a cada oração.

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