DE FILHO PARA PAI

Querido e amado pai,

Que alegria acordar neste dia e saber que o senhor está por perto. Sua presença, durante todos estes anos, é inestimável. Nada consegue mensurar seu valor. Embora os cabelos brancos e as rugas lhe revelem a idade avançada, o senhor continua sendo, para meus irmãos e para mim, nosso infalível, invencível e eterno super-herói.

Não existe, neste mundo, homem capaz de superá-lo em importância. Temos com o senhor, amado pai, uma dívida impossível de ser quitada. Nem se vivêssemos mil anos conseguiríamos retribuir tudo o que nos foi generosamente dado desde nosso nascimento.

 Perdoem-me os outros pais, mas devo dizer que o nosso é especial e único. Seu caráter, sua honestidade e sua retidão são exemplares. Não me lembro de, por um minuto sequer, tê-lo visto perder a paciência. Nunca nos decepcionou. Esteve sempre presente.  Em momento algum fez algo que pudesse ser censurado. Foi e continua sendo nosso farol, a nos mostrar o melhor caminho a percorrer.

Nada temos a lhe reclamar. Apesar das dificuldades financeiras, nunca nos deixou faltar a mesa farta, o material escolar, o remédio urgente, a roupa limpa, o brinquedo sonhado. A tesoura e a navalha, que ainda hoje manuseia, não lhe permitiram acumular riquezas, mas nos deram tudo o que precisávamos para sermos uma família unida e feliz.

Muitos jardinenses hão de concordar comigo: não há um homem, neste mundo, mais educado, sensato, honesto, equilibrado e honrado que meu pai. Jamais conseguirei recompensá-lo por tudo que já fez por mim. Nada me deixa mais satisfeito quando ouço alguém me questionar: - Você é filho de Totó?

Muito obrigado, querido e amado pai. Nunca conseguirei escrever o quanto o amo e o venero. Mas tenho a certeza de que, se todos os pais fossem iguais a ele, muitas das mazelas deste mundo não existiriam. Nosso bom Deus, certamente, deve estar feliz e satisfeito com o senhor. Meus irmãos e eu, neste dia e no resto do ano, temos a grande satisfação de dizer, com imenso orgulho, que somos seus filhos.