FRANCIMÁRIO, ARTILHEIRO DA SÉRIE B EM 1998
TRAMPOLIM PARA A GLÓRIA
DATA: 7 de junho de 1998
CENÁRIO: Estádio Tenente Luiz Gonzaga, em Parnamirim/RN
PROTAGONISTAS: CAP e São Paulo, de Parnamirim
O CAP viveu, entre os anos de 1993 e 1997, os melhores anos de sua vida esportiva. Conquistou, nesse período, três campeonatos intermunicipais, um Campeonato do Seridó e quase chegou à final do Campeonato do Interior. Tamanho sucesso tornou o clube grande demais para a disputa de competições amadoras. Não dava mais para esperar. Era chegada a hora da profissionalização.
Em 1998, a Federação Norte-Riograndense de Futebol decidiu organizar o Campeonato Estadual da Segunda Divisão, chamada de Série A2. O CAP inscreveu-se na competição, que classificaria o campeão para a Primeira Divisão. Antes, o clube viu-se na obrigação de fazer reformas no Estatuto e no estádio, condições impostas pela CBF e pela FNF para que pudesse, enfim, realizar o sonho de se tornar um clube profissional.
O campeonato, antes previsto para ser disputado por oito equipes, acabou contando com a metade desse número. Além do CAP, apenas o Vênus e o Fluminense, ambos de Natal, e o São Paulo, de Parnamirim, aceitaram encarar o desafio.
O CAP estreou em casa, no dia 1º de março, empatando sem gols com o Vênus. O mau resultado serviu de alerta para os dirigentes, que, às pressas, resolveram reforçar a equipe. Precisava-se, por exemplo, regularizar a documentação de Marquinhos, um habilidoso atacante de Guarabira/PB. Ele, defendendo o Fluminense, de Cruzeta, destacara-se como artilheiro do Seridozão, vencido pelo CAP no ano anterior. Era a maior esperança da torcida tricolor.
Já no jogo seguinte, em Natal, contra o Fluminense, Marquinhos finalmente jogou e ajudou o CAP a vencer o tricolor natalense por 2 a 0. Dias depois, porém, descobriu-se que ele atuara em situação irregular. O CAP perdeu os pontos da partida e ainda foi multado em dois mil reais. Tudo porque o presidente do Clube tentara subornar o árbitro. O dirigente acabou suspenso por dois anos. Felizmente, a confusão não atrapalhou o rendimento do time, que conquistou o primeiro turno batendo o São Paulo por 2 a 1 em plena Parnamirim.
A meta era ganhar também o 2º turno e ser campeão direto. Mas a desorganização, tanto do clube quanto do campeonato, atrapalharam os planos do CAP. O time caiu de rendimento. Perdeu pontos preciosos dentro de casa e a invencibilidade para o São Paulo, que ficou com o 2º turno.
Na final, a torcida tricolor já não confiava na equipe como antes. Tinha-se a impressão de que a Federação estaria empenhada em facilitar as coisas para o São Paulo. Só que o CAP dos jogos finais foi um time determinado e competente. Venceu o jogo de ida por 2 a 0 e foi a Parnamirim podendo perder por até um gol de diferença. Desta vez, a FNF escalou um trio de árbitros natalenses (na final do 1º turno, o árbitro da partida morava em Parnamirim), que se portou muito bem.
Iniciada a grande final, o São Paulo partiu para cima do CAP, que jogava no contra-ataque. Explorava, principalmente, a velocidade de Marquinhos e Francimário. A tática deu certo. O tricolor de Parnamirim, nervoso por não furar o bloqueio do CAP, logo teve um jogador expulso. Minutos depois, Marquinhos abriu o placar, aos 41min, e Francimário ampliou, aos 44.
Com um placar amplamente favorável, o CAP mandou nos primeiros 15min do 2º tempo. Isso até Toinho desperdiçar a chance de marcar o terceiro, batendo um pênalti nas mãos do goleiro. Minutos depois, o São Paulo descontou e esboçou uma reação que não aconteceu. Mesmo com Lúcio sendo expulso no finalzinho do jogo, o CAP administrou o resultado até o apito final do árbitro.
Jogando com Tinho, Adriano, Silva, Mirinaldo e Júnior Guarabira; Lúcio, Veinho, Toinho (depois Cacau) e Manuel; Francimário (depois Clodoaldo) e Marquinhos, o Clube Atlético Piranhas conquistou brilhantemente seu primeiro título profissional e, de quebra, classificou-se para disputar o Campeonato Estadual da Primeira Divisão no ano seguinte.
Mas essa é uma outra história.
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