Em 1977, tive a grande honra de ser seu aluno. Lembro-me perfeitamente de suas aulas, da forma como nos tratava, sempre com respeito e educação. Nunca gritava conosco. Com aquela voz calma e tranquila que lhe era peculiar, conseguia, facilmente, atrair nossa atenção.
Foi a senhora quem me apresentou à biblioteca local, quando ainda funcionava em um salão, na ala esquerda da Prefeitura. Parece que ainda vejo todos aqueles livros, de capas coloridas, arrumados sobre esteiras de sisal. Toda semana, a senhora escolhia um dia, após o recreio, para que nos deliciássemos com belas histórias.
Essa é a maior dívida que tenho com a senhora. Se hoje sinto prazer na leitura, é porque tive a sorte de ser educado por uma professora com visão de futuro. Nossas idas à biblioteca foram de fundamental importância para minha vida escolar e acadêmica. O contato muito cedo com os livros, estimulado pela senhora, formou meu caráter e minha personalidade.
Infelizmente, jamais poderei quitar esse débito. Desculpe-me, dona Carminha. Tantas vezes a vi e nunca tive a coragem de ao menos dar-lhe um abraço, como forma de demonstrar a enorme gratidão que sempre senti pela senhora.
O dia de hoje, para mim, ficará marcado pela perda de minha querida professora do 2º ano primário. A tristeza só não é maior porque estou certo de que nosso bom Deus reservou no paraíso um lugar especial para a senhora. As muitas criancinhas do céu deveriam estar precisando de uma alma generosa e cativante para delas cuidar. E ninguém melhor que a senhora, dona Carminha, para desempenhar tão nobre função.
Muito obrigado! Desculpe-me por não lhe ter dito tudo isso antes! A senhora sempre ocupará um lugar especial em minha vida! Muito obrigado!
0 comentários:
Postar um comentário