NÃO PEQUES MAIS, MINHA FILHA....
O ministro Marco Aurélio, do Supremo Tribunal Federal, que mantém uma postura independente e possui inegável capacidade intelectual, entrou em campo para minimizar as declarações da corregedora nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon, que provocaram forte reação de juízes, tribunais e entidades de classe.
Para ele, a ministra “cometeu um pecadilho, mas não merece a excomunhão maior. Ela tem uma bagagem de bons serviços prestados à sociedade brasileira e à Justiça”.
Depois dizem que a Justiça deve ser laica, hehehe. O ministro confundiu a toga com a batina e incorporou uma linguagem digna de um cardeal superior absolvendo um fiel pecador. Ato falho? Só faltou mandar a ministra, que é independente para externar suas posições, rezar alguns pais-nossos como penitência...
Bandidos se escondem atrás de jalecos, e nem por isso todos médicos são bandidos. NÃO!
Bandidos se escondem atrás de batinas, e nem por isso todos os padres são bandidos. NÃO!
Bandidos se escondem atrás de togas, sim, e nem por isso todos os magistrados são bandidos. DECERTO QUE NÃO!
A maioria é absolutamente honesta e a ministra Eliana certamente tem certeza disso, caso contrário não estaria exercendo o cargo de Corregedora Nacional, combatendo o bom combate.
O fato é que um arraigado corporativismo impede que os magistrados reconheçam a existência de maus profissionais entre eles. Fecham-se em seus gabinetes e não querem que a sociedade os investigue, como se isso fosse atentar contra suas prerrogativas. O Conselho Nacional de Justiça é plural e foi criado justamente como um limitador para os abusos cometidos por magistrados, que passavam absolutamente impunes com a leniência dos tribunais regionais e estaduais.
O Judiciário não é um local asséptico, formado por santos puros e intocáveis. Se seus membros reconhecerem isso, a instituição só tem a ganhar.
0 comentários:
Postar um comentário