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sábado, 1 de outubro de 2011



Na última enquete realizada por este blog, 85% dos que dela participaram escolheram o programa de governo como o principal fator a ser levado em consideração na hora de se escolher um prefeito. Pena que, na prática, isso nunca tenha sido visto em Jardim de Piranhas.

Somente os jardinenses mais experientes, os que hoje contam com 50 anos ou mais, devem-se lembrar de eleições municipais em que o poder econômico não tenha sido decisivo. É sabido de todos que, em Jardim de Piranhas, são reduzidíssimas as chances de se eleger prefeito pautando a campanha apenas na defesa de um bom programa de governo. Os que, utopicamente, atreverem-se a encarar o desafio correm o risco de receberem uma quantidade de votos inversamente proporcional a piadas, desprezo e humilhações de toda ordem.

O eleitorado local, já há bastante tempo, acostumou-se a encarar os pleitos eleitorais como uma grande oportunidade de lucro. Mas não se pode culpá-lo por isso. Ele age assim porque foi, a cada quatro anos, condicionado a enxergar o processo eleitoral como um grande comércio. Inconscientemente, vende-se sem nenhum pudor e, para o espanto de poucos, ainda se vangloria dos “benefícios” obtidos com a transação.

Esse cenário, infelizmente, não dá mostras de que será alterado em curto prazo. As previsões para o pleito eleitoral que se avizinha são desoladoras. Se confirmadas, a sucessão de Antônio Macaco entrará para a História local pela porta de trás: em vez de boas ideias, milhares de reais; no lugar de projetos, compensações financeiras. O debate acerca do melhor programa de governo ficará na vontade de uma meia dúzia de sonhadores.

Rezo para estar enganado. Jardim de Piranhas não pode perder mais uma chance de resolver seus crônicos problemas. Há de se melhorar a qualidade do ensino público, promover-se uma reforma administrativa, valorizar-se o servidor, disciplinar-se o trânsito, incentivarem-se a cultura e o esporte, governar-se com transparência, cuidar-se do rio com todo o carinho, observarem-se fielmente os princípios da administração pública, livrar-se a saúde de interferências políticas e zelarem-se os espaços e logradouros públicos, mantendo-os limpos e livres da presença de animais.

O futuro deste município está em xeque. As atuais gerações de jardinenses têm nas mãos a responsabilidade de, no próximo ano, escolher em que Jardim desejam educar seus filhos e netos. E a melhor forma de se evitarem erros é não permitir que o poder econômico ou alguma liderança política interfira na capacidade ímpar do ser humano: o raciocínio.

1 comentários:

Anônimo disse...

Penso que um dos caminhos para a revertermos esse quadro seria tentarmos conscientizar as pessoas em torno do que é política, o que é ser político e ser um cidadão. Infelizmente, no nosso município, a grande maioria das pessoas que entram na política, o fazem apenas por status,objetivando demonstrar sua posição econômica perante a sociedade,sem nenhum fundamento ideológico, político e/ou cidadão. Quando conseguirmos formar nas pessoas a ideia de que receber benefícios individuais em troca de um voto destinado a alguém que nada sabe sobre o que é ser verdadeiramente um político e, que isso, refletirá, maleficamente, no coletivo da sociedade, certamente, poderemos mudar rumos da história política do nosso município. Continue utilizando seu espaço em torno dessa questão, pois formação política e cidadã é fundamental para modificação da penosa realidade política local. Um abraço!

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