A revista Veja, edição do dia 04 de maio passado, publicou uma matéria, de autoria de Malu Gaspar, intitulada "O Exemplo do Vizinho", na qual mostra como se prioriza, verdadeiramente, a educação. Transcrevo abaixo os trechos que considerei mais importantes:
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Na última década, ninguém avançou tanto em sala de aula quanto os chilenos. Eles se destacam na comparação com estudantes de 65 nacionalidades, inclusive os brasileiros, segundo revela um recente levantamento conduzido pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
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O mérito do Chile foi aplicar com disciplina e persistência iniciativas de eficácia já testadas, com sucesso, em países desenvolvidos. Elas só funcionaram porque permaneceram de pé ao longo de duas décadas ininterruptas - a salvo de trocas de poder, ideologias e ingerências políticas que costumam provocar retrocessos na área. No início dos anos 1990, governantes de diversos matizes ideológicos selaram uma espécie de pacto nacional, alçando a educação ao topo da agenda política, numa época em que o país acabara de sepultar a ditadura do general Augusto Pinochet.
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O motor das mudanças chilenas se alicerça em uma premissa tão básica quanto eficaz: a meritocracia. Tal ideia é levada no Chile às últimas consequências - a ponto de gente como Maria Dolores Ormazabal, 57 anos de vida e 28 no ofício de professora, ganhar 30% mais que seus pares por se destacar no trabalho. Depois de mais de uma década de negociações com os sindicatos, todos os docentes chilenos passaram a ser submetidos a avaliações periódicas, que podem até sentenciar a demissão dos menos eficientes. (...) Os diretores também passam também passam por criteriosa peneira. Um pré-requisito para que sejam contratados é a apresentação de um plano de gestão para a escola que pleiteiam comandar, tal qual numa empresa. Os mandatos, de cinco anos, só são renovados mediante bom desempenho, o que os deixa em permanente vigilância.
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Outro traço marcante da reforma chilena é o pragmatismo com que se faz uso do dinheiro público. O Chile elevou o quinhão destinado à educação - de 2,5% para 6,4% do PIB desde 1990, enquanto o Brasil estacionou em 5% -, mas só libera certas verbas em troca de resultados concretos, mensuráveis. Um deles é elementar: o comparecimento dos alunos à sala de aula. O segundo é que a escola siga em trajetória ascendente, segundo indicadores objetivos, ano a ano. Os recursos têm sido canalizados para o essencial. As escolas mantidas com orçamento oficial - algo na casa de 95% das escolas do país - contam hoje com turno de oito horas. É uma das características que aproximam o Chile dos países mais ricos e bem-sucedidos na educação.
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Tais avanços se traduzem em uma coleção de boas histórias, como a que conta o estudante Ignacio Gonzalez, de 14 anos. as lembranças mais vivas que traz do período escolar são de quando ele e os colegas escalavam um muro no fundo do pátio, para escapar da aula. Hoje, o rapaz diz: "Pela primeira vez na vida, ir à escola passou a ser um prazer".
Quanta diferença para o Brasil, não é?
2 comentários:
Que esse país possa ser exemplo, para que os nossos governantes acordem e aprendam a dar valor a educação. Pois musiquinha bonitinha na Tv não vai enganar as pessoas não.
Professor tem que ser valorizado na sua pratica e não com conversa mole.
E para os políticos parem de maquiar a educação e admitam que esta tudo errado.
Este blog, é uma bênção. Obrigada. Parabéns, caro professor.Legal essa matéria sobre a educaçao. Nos faz refletir sobre o fracasso da nossa realidade.Um abraço
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