Recebi hoje, com muita satisfação e orgulho, um texto da lavra do ilustríssimo jardinense Jair Eloi, advogado, professor universitário e escritor. Leiam e se deleitem:
Caro conterrâneo Alcimar,
Bom dia.
Navegando nas cercanias da inteligência de minha terra, mais precisamente no Blog do Ilustrado Alcimar, bom rebento do banco da escola, Bel. em Letras e Direito, mas que tem por diletismo permear no dedilhar literário, principalmente discorrendo sobre o seu amor telúrico a nossa Jardim, sob a forma de notícias e comentários, pude vislumbrar uma alusão ao velho Marinheiro Saldanha, de que este nunca tivera embarcado em um navio.
Evidente que muitos dos que fazem a urbe jardinense, principalmente os que vivem a puberdade dos tempos, não têm a noção do papel do velho alcaide em nossa terra. Com fito de ofertar melhor compreensão sobre o personagem, motiva-se esse velho escriba das coisas do sertão, em contando com a generosidade do blogueiro com quem ora confabulo, por mister se faz necessário em dizer alguma coisa não em si e só de Marinheiro, sobretudo da saga dos Dantas do Teixeira. Verdade é que na idade meã do Século XIX, houve uma cisão das gentes do Teixeira, escaramuças, e que por prudência parte deste clã desceu a ribanceira do velho Espinharas, Piancó, curso meão do Piranhas, nossa terra e municípios adjacentes da Paraíba. De bem dizer que as gentes do Clã dos Dantas do Teixeira, de quem fazia parte o velho Marinheiro, representavam uma grei de fazendeiros, latifundiários, com criatório de milhares de reses, vapores de beneficiamento de algodão e grandes fornecedores de milho para os sertões do Seridó, principalmente em época de seca. Marinheiro tivera na pessoa do seu avô, um Magistrado com ofício na jurisdição de Patos Espinharas. Também, tivera a grande chance de ser um representante na alta Câmara (Senado) nos idos dos anos cinqüenta. O apego ao telurismo, não permitiu que se afastasse Das Esperas, onde residia a matriarca Aiá Saldanha, sua genitora.
Por oportuno ressaltar que a nomenclatura “Marinheiro”, faz referência cristalina aos pioneiros do criatório, no adentramento dos sertões do seridó, aí incluindo-se o Seridó paraibano e o Seridó potiguar. Naqueles tempos, usavam essa alcunha, pelo fato de se tratar de pessoas que vinham de terras d`além mar, de Viana, Trás dos Montes, Douro, do Minho, na Península Ibérica. Muitos deles, sequer vieram aos Sertões, entregam os lotes de 250 reses ao vaqueiro, por intermédio de terceiros. Ao Seridó chegaram pelos sertões de dentro, na linha Olinda, Igaraçu, Goiana, até atingir as terras do Acauã e Seridó. E pelos sertões de fora, leva dos que subiram da Bahia ao Piauí, desceram ao Teixeira até o baixo Espinharas-Piranhas, que acreditamos estarmos inseridos nesse contexto. O Teixeira desde o início da segunda metade do século XIX, era terra de bons cantadores de viola, Inácio da Caatingueira e Romano da Mãe`água, e também, cangaço.
Bem, próximo completarei esses informes.
Um forte abraço.
Seu dileto amigo e conterrâneo
Jair Eloi.
Muito obrigado, Dr. Jair. Fique à vontade para utilizar este espaço sempre que desejar. Um grande abraço.
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