O jornal “Diário de Natal”, edição de 02/08/2000, publicou a seguinte matéria:
ALUNOS AMEAÇADOS DE PERDER O ANO LETIVO
Cerca de 280 alunos da Escola Estadual Amaro Cavalcante, em Jardim de Piranhas, estão ameaçados de perderem o ano letivo por falta de professores. Uma comissão, de posse de um documento com dezenas de assinaturas de alunos do curso do magistério, procurou o Diário de Natal para fazer um relato da situação que vem enfrentando desde o início do ano.
Pedindo para não identificá-los por nomes, por serem na maioria funcionário públicos, os alunos revelaram que estão sem aulas de Metodologia de Estudos Sociais, Política de Ensino, Jogos e Recreação, Didática e Religião.
Denunciam que além da falta de professores, não existem carteiras suficientes e muitos jovens que se deslocam da zona rural, ao chegarem nas (sic) salas de aula, enfrentam dificuldades para encontrar em que sentar.
O caso é tão grave que a escola sequer tem uma sede para funcionamento. Por causa da municipalização do ensino, o prédio onde funcionava a escola Amaro Cavalcanti ficou para o município e os estudantes estão divididos nos colégios Marinheiro Saldanha, Maria de Nazareth e Walfredo Gurgel.
Os alunos informaram que o coordenador do estabelecimento de ensino, Joaquim Gaspar, esteve em Natal levando o fato ao conhecimento da Secretaria de Educação do Estado, mas que até o momento nenhuma providência foi tomada.
Na noite de segunda-feira, estudantes saíram às ruas em passeata, com palavras de ordem, denunciando a situação do colégio.
Afra Góis, diretora da 10ª DIRED, representante da secretaria estadual de educação na região de Caicó, reconhece as dificuldades, afirmando que Joaquim Gaspar já é o terceiro coordenador que passa pela Escola Amaro Cavalcante. “Como essa escola não tem autonomia administrativa e o ensino médio foi estadualizado, o coordenador não tem sequer gratificação”, narra Afra.
ESTAGIÁRIOS – Ela explica que a solução imediata deverá ser a contratação de estagiários durante o mês de agosto. Em setembro, com a nomeação dos professores aprovados no recente concurso, a necessidade poderá ser atendida.
Mesmo que isso venha a ocorrer, os estudantes estão sensivelmente prejudicados por causa da necessidade de reposição das aulas do primeiro semestre em várias disciplinas. Afra Góis acrescentou que manteve contato com o prefeito de Jardim de Piranhas, José Henrique de Araújo, tentando a doação de um terreno, para que seja construído o prédio da escola, que atualmente está dividida em três estabelecimentos.
Este blogueiro ainda se recorda dos tempos em que ministrava as três primeiras aulas na escola Maria de Nazareth e tinha de sair correndo para o Marinheiro Saldanha, a fim de ministrar mais duas aulas.
0 comentários:
Postar um comentário