GRUPO DE ALUNOS DA ESCOLA PADRE JOÃO MARIA
Revirando meu arquivo particular, encontrei um texto escrito por Romulo C. Wanderley, publicado no livro "Noções de História e Geografia do Rio Grande do Norte" (Natal: Edições Walter Pereira S/A, 1969, p. 112), que achei interessante compartilhar:
A educação no Rio Grande do Norte colonial, igual à das demais capitanias e províncias, era muito rigorosa. Além da educação propriamente dita, que era feita na base dos mais sãos princípios de Moral e Religião, compreendia noções de Gramática Latina e Francês principalmente. Tanto que nas principais cidades potiguares houve cadeiras dessas disciplinas, que supriam a ausência de educandários mais completos.
(...)
Para ser professor exigia-se letra caprichada e irrepreensível conduta moral. O professor devia ser austero e homem de rigorosa conduta moral e pouca conversa. Porém, acima da sua austeridade, estava a palmatória, o terrível instrumento de madeira, que servia para castigar os alunos, com bolos dados na palma da mão (daí o nome palmatória).
A palmatória é que indicava as notas de aproveitamento. Uma vez por semana, geralmente no sábado, havia argumento. Os mais adiantados empunhavam a palmatória e com ela iam castigando os que não respondiam com acerto às perguntas feitas à queima-roupa.
O argumento mais atemorizante era o de tabuada, em que o aluno tinha que responder às perguntas do professor e do decurião.
Os bolos variavam de um a uma dúzia e eram aplicados com muita força, para servir de exemplo aos mais vadios.
Outra nota curiosa: o argumento era feito em voz alta, numa sucessão de vozes, que eram ouvidas de longe.
Às vezes, a palmatória era substituída por outros castigos, como, por exemplo, milho no chão para o aluno ajoelhar-se em cima.
(...)
O método era rigoroso. Mas o aluno aprendia pelo temor do castigo.
Você concorda, caro leitor, com esse método de ensino?
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