Um(a) leitor(a) deste modesto blog, sob o pseudônimo de “Patricinha”, enviou os hilários textos abaixo:
ZÉ BARRÃO RESSUSCITA EM SÃO JOSÉ DOS CACETES
“Deixa eu ir, doido, deixa homi”, clamava, imprudente, Zé Barrão. Aceito o desejo de Zé Barrão fazer turismo. Partiram num Jipe rumo a São José dos Cacetes. Numa das paradas para beber cuba libre, escutar música numa radiola de pilhas e fazer sinais de fumaça, o comandante da nave resolveu que, uma vez em São José dos Cacetes, Zé Barrão deveria ficar no Jipe e se fingir de morto. Diriam aos interessados no finado que tinham achado o defunto estirado na rodagem. “Tá morto mesmo, bichim? Leve ele logo, coitadinho, leve pra família dele, meu filho”, apiedaram-se duas senhoras, rodeando o Jipe onde estava Zé Barrão espichado na caçamba e arrudiado de velas brancas acessas. “Mamãe, deixa de ser besta. Num tá vendo que isso é brincadeira, mãe. Olhe bucho do homem se bulino”, alardeava o competente Sherlock Homes da cidadezinha. "Tô, não, dona, foi aquele doido ali que me obrigou a me fazer de morto. Venha, doido! Me obrigue a morrer! Você pode até me matar, mas eu não morro mais”. O calor das velas e o lastro escambichante da caçamba do Jipe fizeram Zé Barrão ressuscitar.
CHICO IVO E AS CABEÇAS DE CURURUS
“Mas tá, manqu’aqui, o filho de rico está dormindo a uma hora dessa”. A mangação corria solta ao lado da rede de dormir do estorricado e ressacado Chico Ivo. “Levanta para tecer, munganga”, em gargalhadas dobradas, sacudiam os punhos da abissal rede. “Vá andar com os filhos de rico, eles tomam suquinho disso, suquinho daquilo, a tal da cabeça de galo... e vão se deitar de novo. “E eu, como o quê, mamãe? Cabeça de cururu?”, desabafou o indignado, envenenado e ressacado Chico Ivo. Pulou a janela e se dirigiu ao melhor esteio dos ressacados de Jardim de Piranhas, o rio.
1 comentários:
Obrigado pela aula, Alcimar.
Patricinha
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