Após eu haver postado a matéria “Algumas impressões sobre a audiência pública”, soube, através de amigos, que se comentava pela cidade minha adesão à candidatura de um dos pré-candidatos a prefeito de Jardim nas eleições do próximo ano. Não sei por que interpretaram a postagem dessa maneira, pois já deixei registrado neste modesto blog, em diversas ocasiões, que não tenho preferência por nenhuma liderança política local. Talvez não tenha sido claro o bastante, motivo pelo qual tentarei, nas linhas seguintes, esclarecer, de forma definitiva, essa e outras questões.
Em primeiro lugar, peço a vocês, fiéis leitores, que interpretem o que escrevo de forma objetiva. Não procurem, em meus textos, mensagens subliminares, ironias gratuitas, recomendações disfarçadas ou análises feitas a serviço de A ou B. Se eu, numa postagem qualquer, criticar o calor, não deduzam que estarei, na verdade, elogiando o frio. Procuro, sempre, usar uma linguagem direta e clara.
Ao redigir a matéria acima mencionada, não o fiz na intenção de auferir dividendos políticos. Quis, apenas, manifestar minha modesta opinião a respeito de fatos que presenciei, in loco, durante a audiência, fatos esses que não poderiam passar despercebidos, pois fugiram do protocolo oficial. Sequer imaginei que pudessem interpretar simples comentários como uma declaração de apoio político. Afinal, repito, não faço ressalvas a nenhum candidato. Todos têm o direito de postular o cargo de prefeito, inclusive o atual e seus familiares mais próximos, caso a legislação eleitoral em vigor permitisse.
Aprendi, durante minha militância no PT, a respeitar a decisão soberana do povo. Não sou daqueles que se acham superiores aos demais apenas porque frequentaram a Universidade. Sou, conforme sabiamente registrou o saudoso Raul Seixas, “humano, ridículo, limitado, que só usa dez por cento de sua cabeça animal”. Meu voto tem o mesmo peso e valor que qualquer outro. Se o eleitorado jardinense faz escolhas com as quais não concordo, isso não me dá o direito de criticar tal escolha. Há de se aceitar a vontade da maioria, coisa que o faço de forma serena e tranquila.
Desde que deixei o PT, em 2001, abandonei em definitivo a militância político-partidária. Embora Lula tenha feito, na visão de muitos, dois governos exageradamente bem avaliados, não o perdoo pela vergonhosa complacência com a corrupção. Cheguei a voltar em Dilma, mas tão somente para que Serra não se elegesse. Embora tenha sido filiado ao Partido dos Trabalhadores durante mais de 20 anos, jamais confiarei novamente na agremiação. Por causa disso, considero improvável que algum partido ou candidato consiga me convencer a nele votar. Isso porque considero quase impossível alguém colocar em prática as seguintes medidas:
1. priorizar, verdadeiramente, a Educação;
2. realizar uma reforma administrativa, extinguindo secretarias desnecessárias e, pelo menos, metade dos cargos comissionados;
3. nomear secretários e assessores segundo a competência destes, e não como forma de recompensar votos recebidos;
4. não perseguir adversários políticos;
5. recompensar os servidores públicos segundo o mérito de cada um;
6. não ter medo de adotar medidas impopulares, mas necessárias ao bem-estar da maioria da população;
7. observar, fielmente, os princípios da Administração Pública: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
Espero, caros leitores, que vocês entendam esse meu posicionamento. Sei da importância das eleições. Muitos morreram e foram torturados para que hoje tivéssemos a oportunidade de escolhermos nossos representantes de forma livre e democrática. Não quero, aqui, fazer apologia ao voto nulo. Talvez eu mude de ideia no futuro, quando arrefecer a frustração que tive com José Dirceu, Palocci, José Genoíno e outros petralhas. Entretanto, neste momento, prefiro não me envolver na ferrenha disputa eleitoral que se avizinha.
Desejo sorte a todos os que se candidatarem nas próximas eleições. Espero que o povo jardinense faça a escolha certa. E se, após eleitos, precisarem da colaboração deste humilde escriba, estarei à disposição de todos. Não desejo cargos nem qualquer outra benesse. Almejo, apenas, o progresso desta querida terra, seja ele conduzido por artefatos de couro ou gôndolas de supermercado.
2 comentários:
Uma dúvida: bem-estar,segundo a reforma,continua com hífen?
Se as duas palavras formarem um adjetivo ou um substantivo, usa-se o hífen. No caso do texto acima, a expressão está incorretamente grafada. Muito obrigado pela correção, caro anônimo.
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