Quase todos os blogs, inclusive este, cultiva o hábito de realizar enquetes sobre os mais variados assuntos. Confesso a vocês, fiéis leitores, que se trata de uma artimanha que utilizamos para aumentar o número de acessos e, assim, inflar nosso ego. Arrisco a dizer não existir um blogueiro que não goste de ver o contador de visitas a todo vapor. Prova disso são as postagens em que comemoramos as marcas alcançadas.
Perdoem-me pelas brincadeiras. O assunto merece um tratamento mais sério. As enquetes, obviamente, não servem apenas para fisgá-los. Quase todas que vejo nos blogs locais são sérias e oportunas. Participo de todas elas. Considero-as uma importante ferramenta, capaz de sondar o que se passa na mente dos leitores.
Há apenas um reparo a fazer: enquete feita pela internet não representa pesquisa séria. Sabe-se que esta, a fim de se chegar a dados concretos e confiáveis, deve observar fielmente alguns requisitos básicos. O Ibope, por exemplo, ao realizar pesquisas eleitorais, “(...) utiliza amostragens rigorosamente representativas da população em estudo. Tais amostras são selecionadas de acordo com critérios estatísticos baseados em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), dos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) (¹).
Perceba-se que as enquetes não são capazes de obedecer a esses requisitos, posto ser impossível selecionar os que delam participam conforme o sexo, a escolaridade, o nível educacional, o poder econômico etc. Além disso, é sabido que todos os blogs possuem características próprias que acabam atraindo a simpatia de grupos de leitores, seja pelas matérias que costumam publicar, seja pelo envolvimento político com A ou B, seja por isso ou aquilo.
Não caiamos na armadilha de sair propagando aos quatro ventos que a maioria dos jardinenses gosta de peixe frito apenas porque uma enquete do Blog de Alcimar assim o revelou. Reafirmo: os resultados de minhas enquetes mostram o que meus parcos e fiéis leitores pensam. E só! Não interpretemos tais resultados como se o elo perdido houvesse sido finalmente encontrado. Afinal, se os grandes institutos de pesquisa do país costumam cometer erros absurdos, imagine-se a desconfiança que recai sobre nós, pobres e mortais blogueiros.
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