Quem já nasceu ouvindo o matraquear dos
teares e se acostumou, com o tempo, a inalar pelos de algodão, pode não saber
que Jardim de Piranhas, a exemplo dos municípios vizinhos, desenvolveu-se em
torno da comercialização do chamado ouro branco.
Antes que o Bicudo tornasse inviável o
plantio, o algodão fez a riqueza de muitos agricultores. Na época, nenhum
jardinense poderia prever que, décadas depois, a cidade se transformaria num
polo têxtil, utilizando-se da fibra, agora industrializada, para produzir
redes, toalhas e panos de prato.
Mas o Bicudo não foi responsável sozinho
pela derrocada da atividade algodoeira no Nordeste. SILVA e LIMA assim trataram
da questão[1]:
Até 1750, o algodão
era, no Nordeste, um produto de uso local. Foi a partir de 1780 que sua cultura
começou a adquirir expressão de economia regional.
Com o
desenvolvimento da cultura do algodão, a área pecuarista recebeu grandes
contingentes populacionais, ampliando as oportunidades de trabalho e de renda,
sobretudo porque o algodão permitia o consórcio com culturas de subsistência.
Associado com
vantagem à pecuária, o algodão passou a constituir um complemento indispensável
dessa atividade, uma vez que proporcionava alimento suplementar para o gado.
Essa complementaridade se mantém até o presente sem que o algodão tenha logrado
superar economicamente a atividade tradicional da histerlândia – o criatório
bovino –, mantendo, ao contrário, o caráter subordinado de lavoura de
subsistência com que foi cultivado desde o início.
A economia
algodoeira do Nordeste, interiorizada no complexo gado – algodão – subsistência
e submetida a uma constante instabilidade de preços, permaneceu, em sua
evolução, submetida a relações de trabalho fracamente assalariadas, com baixos
níveis de capitalização e de produtividade, o que significou, em seu conjunto,
um incipiente desenvolvimento das forças produtivas e uma frágil base de
mercado à industrialização regional.
No que se refere ao
algodão, a crise nordestina data dos anos 30. “Até então toda a indústria
têxtil do país dependia em sua grande parte da matéria-prima oriunda do
Nordeste”[2].
Tal como ocorreu com o açúcar, a crise de 1929 provocou no centro-sul a
transferência, em grande escala, de capital do café para o algodão, resultando
no crescimento vertiginoso da produção algodoeira, sobretudo em São Paulo, que,
produzindo 10.000 toneladas em 1931, passou a produzir 102.296 toneladas em
1934, atingindo 307.377 toneladas em 1940[3].
Em consequência, verificou-se uma queda nas importações de algodão de São
Paulo, enquanto que a produção nordestina apresentava um fraco crescimento no
período (52.281 toneladas em 1931 e 91.050 toneladas em 1940[4]).
Além do mais, nenhuma medida protecionista foi tomada em relação ao algodão. A
rápida expansão do produto no centro-sul acabaria por expulsar daquele mercado
o produto nordestino.
12 comentários:
estava eu hospedado numa pensão numa rua principal de Jardim de Piranhas, quando se avizahava o alvorecer. fui acordado por uma música escalafobética: travaco truvuco travaco truvuco travaco truvuco. saí à rua, para tentar obter uma resposta sobre àquele som de timbre mecânico, porém surreal.
- são os teares elétricos, senhor, uma dádiva para o sustento de muita gente dessa cidade - respondeu três senhores que destribuiam gratuitamente café da manhã para os menos afortunados. Fernando de Tirina, Dulcinêo e Joenes, se não me falha a memória, seriam os nomes daqueles altruístas.
alcimar, você tem um vírus altamente contagioso em seu blog, um malware. você perturba a "ordem". eles precisam saber de nossos pecados. tem nada, não. abriremos todos os sofrimentos. mesmo assim você hospeda um malware, não é simples,não. só um anti-vírus virumento é capaz de libertar. escaneie pra tu veres.
alcimar, para ser prefeito é preciso ter qual grau de escolaridade?
Se lapidasse o texto...
Para ser prefeito, a legislação exige apenas não ser analfabeto.
se lapidasse o texto...porque não...
acendi a lâmpada do quarto da pensão da teozinha, centro da cidade de Jardim de Piranhas, onde eu estava hospedado. o alvorecer se avizanhava. meu juízo pedia uma vingança imediata, urgentíssima. então depois da lâmpda acessa, avistei os alvos de minha ira - agora vocês me pagam suas desgraçadas, pensei. quando eu ia investir sobre as moriçocas fartas do meu sangue, uma música escalafobética invandiu meu campo de batalha, era um som de timbre mecânico: travaco, truvuco, travaco, truvuco, travaco, truvuco. desisti da batalha sanguinolenta. sai da pensão da então outrora(vi as fotos) linda loira natural dos olhos liz-taylor teozinha. fui tomar ciência sobre aquela música que interrompeu uma das vinganças mais fácies, que eu iria executar, naquela batalha, o lado mais díficil seria lavar minhas mãos assassinas.
são os teares elétricos, senhor, geradores de riquezas dessa cidade - respondeu um dos senhores de voz fanha e pausada, que destribuiam café da manhã grátis para os menos afortunados. joenes, fernando de tirina e dulcinel, se não me falha a memória, seriam os nomes daqueles senhores altruístas.
Não foi a tôa que escolhi a profissão de engenheiro têxtil, era uma vocação que veio de berço.
Mais lapidação e polimento...Revisor Gramatical, ande com essa instituição...dez por cento talento, noventa, suor...
...bulir de novo...minha imaginação está conectada ao meu sofrível conhecimento da sintaxe... não sou muito afeito à regras...ao reler, ja consigo perceber os trupicões...preguiça? gemo!
Alcimar, como foi citou nessa matéria sobre a Industria Têxtil de Jardim desejaria muito que você falasse também da pessoa ilustre que trouxe os teares para Jardim de Piranhas, como por exemplo que poucas pessoas sabem, a pessoa que contribuiu para a indústria de hoje, era conhecido por Geraldo de Zé Mole, foi esse homem que trouxe um dia para nossa cidade o Primeiro Tear Elétrico vindo de São Paulo; infelizmente Geraldo não pôde desfrutar do que trouxe para Jardim, pois Deus o chamou mais cedo, porém esse grande homem e empresário deixou esse legado para Jardim, mas infelizmente poucos jardinenses tem esse conhecimento, os que sabem disso, muitas vezes até escondem esse fato. Geraldo de Zé Mole era pra ser lembrado por toda a indústria têxtil de Jardim de Piranhas.
Muito bem lembrado, caro anônimo. Geraldo e outros pequenos empresários jardinenses, realmente, deram enorme contribuição para a modernização da atividade têxtil em Jardim. Se, no futuro, Erivan, José Macário e eu conseguirmos lançar uma edição atualizada da História de Jardim, prometo que esse fato não será esquecido.
Obrigado, é muito bom saber que existe pessoas em nossa cidade como você, que nunca esquece dos fatos que se passaram.
Postar um comentário