POST OFENSIVO TERÁ DE SAIR DO AR EM 24 HORAS
Em
caso específico, além de ter um dia para suspender os conteúdos denunciados, a
Google ainda deverá indenizar em R$ 10 mil uma usuária
O STJ (Superior Tribunal de Justiça)
determinou que mensagens publicadas em redes sociais, como Orkut e Facebook,
que sejam consideradas ofensivas ou impróprias pelos usuários terão de ser
retiradas do ar em até 24 horas após serem denunciadas.
Empresas responsáveis por serviços de
e-mail, como Hotmail e Google, serão obrigadas a fornecer auxílio na
localização do remetente de mensagens que causem danos morais. As decisões
foram tomadas pela ministra Nancy Andrighi.
A primeira, que trata sobre redes sociais,
foi provocada por uma carioca que se divorciou. Pouco tempo depois ela
descobriu um perfil falso em seu nome no Orkut.
STJ decide que empresas como Facebook,
Google e Microsoft terão de retirar conteúdo ofensivo em até 24 horas
A mulher apontou o conteúdo como ilícito,
mas a suspensão da página ocorreu só dois meses depois.
A Justiça determinou que o Google pague R$
10 mil a ela. Também decidiu que a empresa, dona do Orkut, fica obrigada a
suspender conteúdos denunciados dentro de um dia, sem apuração prévia.
Depois dessa medida, a empresa deverá checar
se o caso é verdadeiro e se mantém a suspensão.
"A decisão abre precedente no STJ e
uniformiza a jurisprudência. É um marco de regulamentação e todas as futuras
questões estarão sob essa ótica", disse Andrighi.
Se a empresa não cumprir o prazo, ela
passará a ser responsável solidária pelo dano, podendo ser acionada na Justiça.
"Fiquei sabendo que nos EUA eles são capazes de tirar as mensagens em 30
minutos. Levar 62 dias no Brasil é um absurdo", disse Andrighi.
Outro
lado
A diretora jurídica do Google, Fabiana
Siviero, disse que a empresa lida com muitos casos semelhantes e que a
jurisprudência ainda é inconstante no país.
"Nós não vemos nenhuma obrigação ou
efeito dessa decisão para o Google. Há uma inviabilidade técnica para fazer
isso e em nenhum outro lugar do mundo é assim. A decisão de remover é
irreversível. Ao tirar do ar, o conteúdo vai embora", disse.
Segundo ela, a empresa deve entrar com
recurso no STJ para esclarecer esses pontos.
A segunda decisão do STJ foi motivada por
uma ação de um advogado do Rio Grande do Sul que se sentiu prejudicado por
e-mails enviados para sua rede de contatos sobre sua conduta profissional.
Em nota, a Microsoft Brasil disse que,
"mediante ordem judicial, fornece os dados existentes em relação a contas
de e-mail específicas".
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