A CIDADE DAS HYLUX

quarta-feira, 6 de junho de 2012


Li no blog de Robson Pires, ontem, a postagem abaixo transcrita:



Após ler a matéria acima, lembrei-me de um artigo que postei neste modesto blog, em 9 de outubro do ano passado (http://alcimar-araujo.blogspot.com.br/2011/10/os-pobres-e-as-hylux.html). Peço licença a meus fiéis leitores para postá-lo novamente:

OS POBRES E AS HYLUX

Tomei conhecimento, nos últimos dias, de que o município de Timbaúba dos Batistas, segundo dados do último censo feito pelo IBGE, era o município potiguar com a menor taxa de pobreza. Jardim de Piranhas, para espanto de alguns que aqui residem, não figura entre os primeiros lugares.

Esse dado desfaz um mito local: o de que Jardim é uma cidade rica. Nunca acreditei nessa falácia. O que se vê a nosso redor são milhares de tecelões e funcionários públicos, que mal ganham o suficiente para levar uma vida digna. Na verdade, o que há na “cidade das Hylux” é uma brutal concentração de renda. Isso pode ser facilmente percebido numa rápida visita aos bairros periféricos, onde a pobreza reinante é de fazer dó aos corações mais insensíveis.

Quando lecionei Língua Portuguesa no Ginásio e na Amaro Cavalcanti, principalmente no horário noturno, conheci dezenas de estudantes que se matavam de trabalhar, tendo de cumprir jornadas de trabalho estafantes, sem a menor perspectiva de um futuro bom. Chegavam cansados à escola e não eram poucos os que dormiam sobre as carteiras. Muitos deles, ainda hoje, encontram-se na mesma situação.

Nas indústrias jardinenses, o conceito da mais-valia, criado por Karl Marx, pode ser verificado na prática, sem muito esforço. As taxas de lucro superam, sobejamente, os salários pagos. Enquanto isso, assiste-se, com certo pesar e preocupação, a gerações se perdendo pelo caminho, entregando-se ao crack, ao álcool e à ostentação. Muitos trabalham a semana inteira sonhando com o sábado na Boate Clip ou o domingo em bares instalados nas margens do rio Piranhas. Os poucos que ainda valorizam o estudo não conseguem dar conta do recado, pois a labuta diária nas tecelagens e estamparias lhes exaurem as forças por completo.

Fique-se bem claro que nada tenho contra os empresários locais. Não são eles os culpados pelas situações acima descritas. Critico aqui as leis de um Capitalismo cruel, desumano, que privilegiam o desenvolvimento econômico em detrimento da integridade do homem e da natureza. Adam Smith, nesse particular, nunca seria merecedor do título de cidadão jardinense. 

6 comentários:

Anônimo disse...

caro alcimar imagino que robson pires foi infeliz nas suas declaraçoes,nao vamos comparar o comercio de jardim de piranhas com as demais cidades da regiao do serido,jardim sempre foi uma cidade bem sucedida no comercio. pergunto a robson pires se tivesse dinheiro,sera que ele andava num fusquinha ano 77.

Anônimo disse...

desconsiderar: estados socialistas
considerar: países comunistas

Anônimo disse...

Eu nunca comprei um bom livro
Eu nunca comprei uma obra de arte
Eu nunca commprei uma boa revista e nem um bom jornal.
Eu comprei uma hilux para me sentir importante - e daí, em Jardim, as pessoas valorizam quem tem posses. Como não temos cultura, o negócio aqui é aperrear uns aos outros e se amostrar, de preferencia em hiluconas e deixar que os babacas-fudidos fiquem comentando sobre nossas riquezas.

Anônimo disse...

Há donos de Hilux que para conseguir honra o leasing do veículo, comprometem a boa mesa e a boa educação dos filhos.

Anônimo disse...

Líderes comunistas foram responsáveis pelo extermínio de mais de 100 milhões de pessoas. A China só começou a sair da miséria quando adotou a economia de mercado. Adam Smith é novo santo padroeiro da terra de Mao.

paulo silvio santos disse...

caro Alcimar adorei sua postagem e concordo com tudo!

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