DESTAQUES DA REVISTA VEJA

quinta-feira, 22 de setembro de 2011


Vejam os destaques de matérias publicadas na revista Veja desta semana (edição 2.235):

“O principal fator [do fracasso do ensino médio público e privado no Brasil] é o despreparo dos professores, produto de escolas de pedagogia dominadas pelo proselitismo ideológico embalado em teorias tão arcanas quanto inúteis. Apenas 20% do tempo é dedicado (sic) às questões práticas de sala de aula. Passa da hora de inverter essa fórmula maligna que forma, no jargão da esquerda, ‘parteiros da história’ e dedicar 80% do tempo a treinar os professores para ensinar matemática, português, ciências e lógica aos alunos. (...) A tabulação das provas do Enem feitas por 3,2 milhões de estudantes brasileiros traduz em números uma realidade que, de tão perversa, exigiria que de uma vez por todas a educação de qualidade fosse colocada como a grande prioridade nacional: apenas 6% das escolas – 1500 de um total de 23 900 que participaram do exame – poderiam ser listadas como instituições de ensino que formam alunos preparados para os imensos desafios propostos pela economia global e digital do século XXI. É muito pouco. É quase nada. É um desastre. Urge mobilizar as energias do país para começar a reverter esse trágico descalabro” (O descalabro do ensino, Carta ao Leitor, pág. 12).

“O recém-divulgado Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), prova aplicada pelo Ministério da Educação a 3,2 milhões de estudantes do país inteiro, dá a dimensão exata do abismo a vencer. É um espanto. (...) O Enem trata de desmistificar uma ilusão que muitos pais cultivam ao matricular seus filhos em uma instituição privada – a de que eles ganharão um passaporte para o sucesso na vida adulta. Pois mesmo muitas das escolas que têm renome, prédios vistosos e mensalidades altas não resistem à comparação com suas congêneres estrangeiras: 80% oferecem na sala de aula qualidade equivalente à das escolas apenas medianas do mundo desenvolvido. Pasmem: na faixa dos 15 anos, estudantes demonstram dificuldade de resolver operações simples de matemática, como frações e porcentagens, e de compreender textos curtos” (É preciso preencher a cabeça deles, matéria escrita por Filipe Vilicic e Helena Borges, pág. 93).

“Ainda que tardiamente, universalizamos o ensino fundamental. O ensino médio parecia ir pelo mesmo caminho, mas encruou. Pior, muito antes de atingir uma cobertura aceitável, está encolhendo. Some-se a isso o fato de que os alunos aprendem pouquíssimo. É hoje o nível que traz mais perplexidades. Nossos alunos têm um nível médio de compreensão de leitura equivalente ao de europeus com quatro anos a menos de escolaridade. Ademais, a sua variedade é imensa. Alguns são tecnicamente analfabetos ao entrar no médio. Mas há os geniozinhos de Primeiro Mundo. Uns gostam de teatro, outros de química. Uns de equações do terceiro grau, outros de música. Uns aprendem rápido, outros ainda precisam aprender a ler!” (Ensino médio com sabor de jabuticaba, artigo escrito por Claudio de Moura Castro, pág. 98).

“O condomínio Santa Mônica Jardins, na Barra da Tijuca, bairro da Zona Oeste do Rio de Janeiro, nasceu com a proposta de proporcionar aos moradores de suas mansões a quietude de um resort campestre. O canto dos sabiás típicos daquele habitat tornou-se coisa do passado desde que ali fincou residência um vizinho que não diferencia o dia da noite – o atacante do Flamengo e da Seleção Brasileira de Futebol Ronaldinho Gaúcho, de 31 anos. Seu casarão com cinco suítes, academia de ginástica e duas piscinas com hidromassagem no jardim é palco freqüente de baladas que honram a tradição das festas que o jogador patrocinava na Itália nos tempos em que vestia a camisa do Milan. Na sexta-feira 9, o condomínio Santa Mônica estremeceu envolto nos eflúvios da festança promovida por seu mais famoso morador. Os vizinhos, em vão, tentaram dormir enquanto o pagode, o funk e o hip-hop martelaram madrugada adentro no volume máximo até o raiar do dia.”
“Empresários, advogados e magistrados que dividem os espaços comuns do condomínio com o craque não escondem mais sua indignação. Eles se uniram para promover uma campanha que tem o objetivo de banir o jogador de seu oásis. ‘Imagine o absurdo que é só conseguir pregar os olhos quando o Ronaldinho vai dormir, às 6 da manhã’, diz um exaltado promotor de Justiça que, junto com outros moradores, fez o que pôde para tentar reaver a paz. Por diversas vezes, queixaram-se à polícia.” (Um vizinho do barulho, matéria escrita por Leslie Leitão e Renata Betti, pág. 114-115).

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