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domingo, 4 de setembro de 2011



DOIDOS E SANTOS

O que dizer da absolvição da deputada Jaqueline Roriz pela Câmara dos Deputados? Em votação secreta, a pizza era previsível: foram 265 votos contra a cassação e apenas 166 votos favoráveis, com 20 abstenções.

Não bastaram as imagens flagrando o recebimento de dinheiro e o clamor público. Em sua defesa no plenário da Câmara, Jaqueline não mencionou o vídeo e sequer negou ter recebido o dinheiro. Como poderia? Argumentou apenas que a gravação é de 2006, antes de sua eleição, e não poderia ser cassada por um fato cometido antes de seu mandato.

Entretanto, é claro que poderia, pois o julgamento da Câmara não era criminal, e sim político, baseado apenas no aspecto ético.

E qual a ética de 265 deputados que votaram sob a máscara do anonimato? O que Jaqueline Roriz fez antes de exercer o mandato não é problema deles, não é problema da Câmara, não configura sequer uma infração ética, mesmo que o vídeo tenha vindo à tona após as eleições.

Para essa gente as eleições valem, sei lá, como uma absolvição de todos os pecados anteriores e confere uma auréola que santifica o ungido pelo povo. Pensando bem, o julgamento ético dos 265 deputados demonstra bem qual é a ética dominante na Câmara.

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