A última enquete realizada por este modesto blog foi motivada por uma notícia que li há alguns dias, segundo a qual Fafá Rosado, prefeita de Mossoró, sancionara uma lei que proíbe paredões de som na segunda maior cidade potiguar. Pelos resultados dessa enquete, vê-se que grande parte de meus fiéis leitores concorda com a mandatária mossoroense e gostaria de ver semelhante legislação em vigor nesta querida terra.
Peço licença para, uma vez mais, discordar da maioria. Já manifestei, em postagens anteriores, minha preocupação com a excessiva interferência do Estado na vida das pessoas. Considero perigoso jogar nas mãos dos governos ou das instituições a resolução de problemas que deveriam ser enfrentados apenas pelo bom senso da população. Não podemos tratar a nós próprios como sujeitos incapazes de solucionar as questões que nos afligem. Afinal, se uma mera lei fosse suficiente para, por si só, melhorar nossa convivência, ninguém mataria seu semelhante, ou roubaria, ou estupraria.
Interpreto o resultado da enquete como uma mensagem dirigida a quem costuma exagerar no uso de seus equipamentos sonoros. Nesse ponto, engrosso o coro dos descontentes. Nada tenho contra os proprietários de paredões de som. Alguns deles, inclusive, são meus amigos, pessoas que admiro e respeito. No entanto, causa-me desconforto ouvir música em decibéis acima do tolerável. Perto de um deles em funcionamento, é impossível dormir, ver televisão ou simplesmente bater um bom papo.
O problema é fácil de ser resolvido. Nada de leis desnecessárias. Bastam um pouco de educação e bom senso. Observadas as já existentes regras do bom conviver, segundo as quais todos devem respeitar, de modo civilizado, os direitos alheios, os paredões de som podem continuar divertindo donos e apreciadores.
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