Há fatos dos quais nunca nos esquecemos. Em 1988, ano em que prestei serviço militar, após me sair bem na prática de tiro com o FAL (Fuzil Automático Leve), ouvi de um sargento que minha habilidade com a arma se devia ao fato de eu haver nascido numa “terra de pistoleiros”.
Para muita gente, é esta a imagem que se faz de Jardim de Piranhas: uma terra sem lei, onde os habitantes fazem justiça com as próprias mãos e qualquer desavença é resolvida com revólveres ou facas. Os jardinenses, obviamente, não fazem jus a esse estereótipo, que se disseminou devido a alguns crimes ocorridos em nossa história, quando o município, realmente, era um lugar inseguro devido à quase inexistência de aparato policial.
Diante desse cenário, junto-me à maioria dos leitores deste modesto blog, que elegeram o registro de apenas um homicídio o que de melhor aconteceu em Jardim de Piranhas no ano de 2011. Atualmente, é fato que o lugar onde moramos está mais seguro, embora ainda esteja longe do que se considera ideal. A instalação da 5ª Companhia Independente de Polícia Militar merece nossos aplausos, apesar de, repito, ainda haver muito trabalho a ser realizado na área da segurança pública.
É importante ressaltar que os policiais, sozinhos, não conseguirão afastar a violência de nossas ruas e lares. A população precisa contribuir, respeitando as leis e denunciando os maus feitos. Os governos, por sua vez, devem oferecer condições dignas de trabalho e não se intrometerem no trabalho dos agentes. Somente assim poderemos, num futuro próximo, desfazer a imagem negativa que Jardim ainda tem entre os habitantes de cidades vizinhas. Só depende de nós.
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