O IRREDENTISMO DE TIRADENTES,
A SEMENTE DA LIBERDADE!...
Jair Eloi de Souza (*)
Tempos idos, em belos tempos, quando vindicávamos a bênção de nossos
ancestrais, acorríamos a nossa escola com os deveres de casa confeccionados,
comemorávamos os feriados nacionais, dia da bandeira, com o hino a esta na
ponta da língua, a Tiradentes, o maior ícone da independência brasileira,
tínhamos uma devoção patriótica toda especial. Recital de poesias, o mural
adereçado por matérias que demonstravam um cênico do sacrifício deste herói, a
motivação de seu irredentismo nativo, consistente na poesia de Cláudio Manoel
da Costa, no próprio pacto da inconfidência não só mineira, mas, de projeção
nacional. Tempos em que já demonstrávamos a verve poética, declamativa,
ostentosa e promissora de sermos o futuro do Brasil.
Naqueles tempos, a obediência a Dona Dadá, Dona Branquinha, Dona Dorila, Dona Maria
Luíza, com lenho de respeito, de
compromisso com os seus ensinamentos, com suas práticas de decência e moral,
elevava o espírito juvenil de uma trupe de peraltas que ganharam o mundo,
iluminados pelas luzes do saber ou desasnados para a vida de futuros dirigentes
nas diversas instâncias. A nossa geração acreditava no País que sonhara Felipe
dos Santos, Frei Caneca, Alvarenga Peixoto, Padre Ibiapina, Dom Helder Câmara,
nosso conterrâneo Padre João Maria, um dos melhores exemplos de solidariedade
humana em solo potiguar.
A tenda do saber rompeu fronteiras,
modernizou-se, mas os templos da educação já não reverenciam nossos verdadeiros
ícones, são logradouros cujo formalismo do ensino, perdera os caminhos do patriotismo,
a estação do saber e da cultura histórica,
onde se encontra a saga verdadeira do povo brasileiro. Os mártires são
esquecidos, a memória dos grandes acontecimentos já não existe mais na
consciência do povo, da nação. O relato diário dos acontecimentos veiculados
pela mensagem midiática, empobrece o edifício da alma e do Caráter do povo
brasileiro, porquanto é o grande vilão no final das contas, face ainda ter a
franquia de escolher a classe dirigente, que não representa e nem tem o lenho
de uma representação cidadã, afeiçoada a uma democracia sem mácula, sem prática
de ações que permeiam na estação da delinqüência.
Com certeza a volta de um Tiradentes, de um
Felipe dos Santos, aos nossos dias, frustraria as suas convicções patrióticas
nacionalistas, que combatiam o pagamento do dízimo tributário exacerbado, a
arrecadação que seria levada para as terras d´além mar, com o fim de manter os
salões da nobreza que por hábitos só sabia assistir os grandes consertos de
Viena. Tiradentes sonhava com uma Pátria que partilhasse suas riquezas de forma
justa, que os frutos do garimpo não fosse levados pelas garras da águia
capitalista colonial, que os nativos de todas as matizes laboriosas deixassem a
condição de cativos.
Amanhã em lua nova é um braseiro, não está
sendo um abril chuvoso/2012.
(*) PROFESSOR DO CURSO DE DIREITO DA UFRN.
1 comentários:
Lá em Minas Gerais, os dentistas tiram os dentes das pessoas inimigas da higiene bucal. Agora aqui, menino, em Jardim, os dentistas têm as mãos pesadas. Os dentistas arrancam. Será por isso que os dentistas daqui, não provocam feriado nacional?
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