Na última enquete promovida por este modesto
blog, indaguei a meus fiéis leitores o motivo pelo qual a rua Marechal Deodoro
ainda não fora totalmente calçada. Os 100 votantes que participaram dividiram-se
entre o castigo divino (30%), a falta de vontade política (26%) e a perseguição
aos moradores (32%).
A rua Marechal Deodoro, para quem não a
conhece, está localizada no centro da cidade. É onde moro desde que nasci, exceto
no intervalo entre os anos de 2001 e 2007. É a rua do mercado público, da feira
livre, que passa por trás da igreja Assembleia de Deus. Inicia-se na Pedro
Araújo e segue em frente até o bairro Santa Cecília. Apesar de se situar no
centro da cidade, é a única que não se encontra totalmente calçada. O serviço,
feito durante a gestão de Josidete Maia, parou no meio do caminho e até hoje,
inexplicavelmente, espera para ser concluído.
Não me acusem de estar advogando em causa
própria. O fato de morar na rua em questão não guarda nenhuma relação com o alerta
que ora faço. Apenas escolhi esse fato para exemplificar a falta de
planejamento que tem norteado a gestões municipais nos últimos 30 anos. A situação
atual da rua Marechal Deodoro, pois, simboliza o gosto local pelo improviso,
pelo despreparo administrativo, pela falta de visão de futuro.
Discordo da maioria dos votantes. Parte de minha
rua continua no barro até hoje não por castigo divino, falta de vontade
política ou perseguição aos moradores. Nada disso. Deus, se o quisesse, não nos
castigaria desse modo. Vontade política, certamente, não faltou, uma vez que
todo administrador adora mostrar suas realizações nessa área. Perseguição também
não houve, na medida em que os moradores são pessoas de bem e um pouco avessos
à militância política apaixonada.
Jardim de Piranhas, acho eu, é a ÚNICA
cidade, num raio de mil quilômetros, a se envergonhar de possuir uma via
pública central à espera de pavimentação. E essa anomalia aqui só ocorre devido
a uma visão que considero, no mínimo, equivocada: de se cuidar melhor dos
bairros periféricos, em detrimento do Centro. Vamos aos fatos:
1.
José
Henrique de Araújo, em seu primeiro mandato, preferiu calçar a rua Padre João
Maria, deixando na terra batida, por exemplo, a via por trás da sede da
Prefeitura Municipal!
2.
Nivaldo
Borges, em vez de calçar a rua Antônio Borges (via de acesso à escola Walfredo
Gurgel e batizada com o nome do próprio pai), preferiu cuidar das estreitas
ruas próximas à subestação!
3.
Josidete
Maia, como já mencionado acima, calçou apenas uma parte da Marechal Deodoro, o
que não a impediu de dar total atenção a ruas mais afastadas do centro, algumas
delas localizadas no bairro Logradouro do Barro (o popular Emboca)!
4.
Antônio
Macaco, como todos sabem, pavimentou inúmeras ruas nos bairros São José e Santa
Cecília, mas, infelizmente, assim como o fez seus antecessores, não se lembrou do
Centro!
Não consigo compreender essa visão torta, que
despreza ruas históricas e cultua a periferia. Ressalto, no entanto, nada ter
contra quem reside nos bairros aqui citados. Não sou louco para criticar as
benfeitorias neles realizadas. Ao contrário. Aplaudo a iniciativa e louvo o
trabalho desenvolvido nas ruas mais afastadas do Centro. Torço, inclusive, para
que todas as vias públicas sejam devidamente calçadas, iluminadas e limpas. Porém,
recuso-me a considerar normal a degradação vista nas ruas centrais, com esgotos
correndo a céu aberto, mato, lama e prédios públicos caindo aos pedaços.
Um centro bem cuidado é sinal de uma
administração eficiente. Descuidar dele é passar uma péssima impressão a quem
nos visita ou atravessa a cidade só de passagem. Do jeito como o nosso está,
nem quero imaginar como Jardim está sendo comentada lá fora.
2 comentários:
Isto é, não desprezando as demais ruas que foram calçadas né... emboca, novo jardim (subestação), são josé, etc...
Deixei isso bem claro no texto. Leia-o novamente e constatará o que digo.
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