Sei que estou um
pouco atrasado para tratar do assunto. A greve dos professores municipais, como se sabe, acabou há alguns dias, para o bem de todos. Felizmente se chegou a
um acordo que, à primeira vista, foi benéfico para todas as partes envolvidas.
Sou professor, com
muito orgulho. Mesmo afastado da sala de aula, acompanho de perto a luta de
meus colegas e torço para que consigam o reconhecimento de que são merecedores.
Só sabe o quão é difícil lecionar aqueles que já se viram incumbidos dessa
nobre tarefa. Afirmar o contrário é, no mínimo, uma falta de bom senso.
Dito isso,
surpreendeu-me a revolta de alguns tão logo se divulgou o acerto feito entre o
Sindicato dos Professores e a Administração Municipal. Confesso que não esperava
reações tão extremadas. O teor dos insultos e das acusações dirigidas aos
mestres jardinenses ultrapassou o limite do aceitável. Eles não mereciam ser
tratados com tamanho desrespeito.
Reconheço que há
professores relapsos, indignos de exercer a profissão. Mas, como ocorre em
todas as áreas, estes são uma ínfima minoria, que não pode servir de pretexto
para se atacar a classe inteira. Neste caso, não cabe o ditado de que uma maçã
podre coloca todo o cesto a perder. Tremenda injustiça, pois, insultar os mestres
responsáveis e cientes de seu mister.
Não tenho medo de
afirmar. O inconsequente momento político-eleitoral foi, sem sombra de dúvida,
o responsável por transformar, na mente de alguns, homens e mulheres de bem em
seres “sebosos”, irresponsáveis, indignos de mérito e confiança. Tanto é
verdade que, no ano passado, durante e após uma greve de maior duração, não se
viram reações tão negativas.
Espero que os
ataques parem por aqui. Tomara que, vencidos esses dias difíceis que ora vivemos,
essas pessoas caiam em si e se apercebam da injustiça que cometeram. A Educação,
todos sabem, é o único meio de se conduzir um povo a dias melhores. Entretanto,
sem professores motivados e respeitados, esses dias ficam cada vez mais
distantes de nós.
2 comentários:
olha meu amigo, "SEBOSO" é um adjetivo tão baixo que jamais vai chegar a nos atingir. Ele fica pra quem faz uso do mesmo.
Abraços e muito obrigada por defender a nossa sofrida classe.
Obrigado, professor Alcimar pelo belo artigo.
Somos realmente cientes do nosso papel como transformadores de uma sociedade melhor, mas infelizmente ainda não temos o respeito que merecemos.
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