Deu no jornal O
Globo, edição de sábado passado:
JOEL
SANTANA DIZ QUE RONALDINHO GAÚCHO É INTOCÁVEL NO FLAMENGO
Técnico
usa exemplo do passado e diz que camisa 10 não será nem mesmo substituído
RIO — Apesar dos problemas extra-campo em
que Ronaldinho Gaúcho esteve envolvido ao longo da semana, Joel Santana deu
condições de intocável ao camisa 10 do Flamengo. O técnico explicou na manhã
desta sexta-feira, no Ninho do Urubu, os motivos de continuar apostando no
meia-atacante. Neste sábado, o clube enfrenta o Internacional, às 18h30m, no
Engenhão, pela segunda rodada do Campeonato Brasileiro.
— O craque é o craque. Com o ídolo em campo,
com certeza o adversário te respeita de outra forma. Ainda mais um jogador
desse porte — justificou.
(...)
(Leia
mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/flamengo/joel-santana-diz-que-ronaldinho-gaucho-intocavel-no-flamengo-5020463).
Veja você, caro
leitor, como é doce a vida de algumas estrelas do futebol brasileiro. Qualquer
outro trabalhador seria sumariamente demitido caso se comportasse como a
estrela do Flamengo. Ronaldinho Gaúcho, Adriano, Ronaldo Fenômeno, Fred, para
citar apenas alguns, fazem parte de uma casta privilegiada de “profissionais”
da bola. Vivem em baladas e pouco se importam em honrar as tradições dos clubes
que lhes pagam salários astronômicos.
Não sei se você,
caro leitor, tem a mesma opinião. Sempre achei que um atleta deveria cuidar da
saúde e zelar pela forma física. Afinal, o corpo é o instrumento de trabalho. Seria
lógico, pois, que todos os boleiros treinassem com afinco e levassem uma vida
mais regrada, a fim de dispor de plenas condições físicas para suportar o
desgaste de uma partida de futebol.
Diferentemente do
que ocorre na Europa, os craques tupiniquins não são cobrados pelos desvios de
comportamento. Afora um ou outro puxão de orelha, os clubes e os torcedores, na
maioria das vezes, toleram a falta de profissionalismo, desde que, em campo, as
coisas andem razoavelmente bem. A paixão, neste caso, joga contra o time de
coração, na medida em que o principal jogador da equipe não compensa o
investimento e, para piorar, age como elemento desagregador e desestimulante
para os demais.
Não deveria ser
assim. O conhecido “país do futebol” tem por obrigação cuidar melhor da paixão
nacional. Não se mais admite que clubes centenários fiquem à mercê dos
caprichos de alguns bobalhões cuja maior virtude foi nascer com o dom de dominar
uma bola. Pior ainda é ver torcedores apaixonados saírem em defesa de
indivíduos que, na prática, demonstram um visível desprezo pelas cores que
fingem amar (e ainda há quem neles acredite!).
O pior é que essa
falta de profissionalismo não contamina apenas os grandes jogadores. Quando o
CAP disputou o Campeonato Potiguar, a grande maioria dos “profissionais” que
vestiu a camisa tricolor deu mais atenção à cerveja que aos treinamentos. Há casos
de farra e bebedeira que até hoje são lembrados e já fazem parte do folclore
local.
Ronaldinho Gaúcho e
seus comparsas deveriam se dar conta do mal que causam às crianças que os idolatram.
Sou do tempo em que Zico e Roberto Dinamite, craques dentro e fora de campo,
eram admirados até pelas torcidas adversárias. Não me lembro de haver lido
quaisquer notícias sobre o envolvimento dos dois com traficantes ou sobre a
participação de um ou outro em baladas. Coincidência ou não, Zico e Roberto são
admirados até hoje por todos aqueles que verdadeiramente gostam de futebol. Bons
tempos aqueles...
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