FACEBOOK: REDE SOCIAL OU “ESQUINA” VIRTUAL?

quinta-feira, 2 de agosto de 2012



A capacidade de se comunicar de variadas formas é o que diferencia o ser humano das outras espécimes viventes sobre a Terra. As várias linguagens possíveis aproximam os homens, estreitando laços de amizade, facilitando transações comerciais e produzindo obras de arte. Palavras, gestos, sons, sinais, símbolos, tudo serve para transmissão de mensagens, seja esta um simples “oi” ou uma tese de doutorado.

Através dos tempos, essa vontade de interagir com outrem compeliu o homem a criar mecanismos que facilitassem o contato. A partir das inscrições rupestres, passando pela criação da escrita, da imprensa, do telefone, do rádio, da televisão e, por último, da internet, as distâncias, paulatinamente, ficaram cada vez menores. Cartas que, há poucas décadas, demoravam semanas para chegar ao destinatário cederam lugar a e-mails, recebidos instantaneamente pela massa crescente de internautas. Nestes primeiros anos do século XXI, não participar de alguma rede social beira o anacronismo.

Os saudosistas irão me desculpar, mas, nessa área, impossível não reconhecer os áureos tempos atuais. Ainda que grande parte da população global não tenha acesso à internet, são inegáveis os benefícios advindos da era digital. Praticamente quase todos os campos de interesse do homem foram revolucionados. No mundo virtual, cujos habitantes crescem em progressão geométrica, frequentar uma universidade, efetuar transações comerciais e bancárias, conhecer novos lugares, conversar com pessoas de outros países e até iniciar um relacionamento amoroso pode ser feito no conforto do lar. Os ganhos advindos de tanta comodidade são incomensuráveis. De se lamentar, apenas, que uma minoria ainda não saiba desfrutar desse presente que lhe foi generosamente oferecido.

Os crimes cibernéticos, o avanço da pedofilia, a divulgação de ideias preconceituosas, a propagação do nazismo, o bullying nas redes sociais, dentre outros malefícios, fazem com que se conjeture a imposição de mecanismos destinados a controlar o mundo virtual. Sem entrar no mérito dessa intromissão na liberdade das pessoas, defendo que a resolução de todos esses problemas pode ser obtida por meio da aplicação de algo inerente a todo ser humano: o bom senso.

Tome-se, por exemplo, o Facebook. Se bem utilizado, constitui-se numa poderosa e eficiente ferramenta a serviço de quem se conecta a essa rede social. Do contrário, transforma-se num campo fértil para a disseminação de ideias toscas, insultos gratuitos, imagens asquerosas, embates infantis. Este lado negro do Face, para desgosto de muitos, é o que tem prevalecido neste período de campanha eleitoral. Os ataques partem de todos os lados e o revide, não raro, mostra-se desproporcional à ofensa recebida. Intolerância e fanatismo têm sido a regra. A civilidade e o perdão viraram características de fracos e perdedores. A moda, agora, é ostentar a cor dita vitoriosa, condição essencial para alcançar a almejada felicidade. Tolos são todos os outros que não empunharem o mesmo estandarte. Agem como cruzados na luta contra os mouros pela posse da Cidade Santa.

Nesse cenário, temo pelo que ainda está por vir até o encerramento do pleito. Sorte se as agressões ficarem apenas no plano virtual. A situação desperta saudade de tempos remotos, em que as altercações causadas pela paixão política eram testemunhas por poucos, nas vias públicas. No Facebook, que virou uma espécie de “esquina” digital, basta acessar a página para assistir a lamentáveis trocas de “gentilezas”. Os termos empregados, muitos deles impublicáveis, chegam facilmente às crianças e adolescentes conectados à rede, sob o olhar preocupado de pais e responsáveis, que nadam podem fazer em defesa dos seus.

Não sou puritano. Muito menos hipócrita. Como todo apreciador de futebol, já xinguei árbitros e jogadores em estádios e defronte da televisão. No entanto, jamais aprovarei o comportamento de adultos que falam palavrões na presença de menores de idade. Quem se utiliza de linguagem chula, em vez de usar bons argumentos, não deveria participar de debates públicos. Ninguém é obrigado a, todo instante, testemunhar discussões típicas de bordéis (com todo o respeito às meretrizes). Quem não curte nem compartilha educação e respeito não é merecedor de nossa atenção. #FICAADICA!

2 comentários:

Anônimo disse...

quer dizer que os integrantes da associação dos línguas compridas de jardim, terão que inaugurar blogs. será que Língua De Vaca Ao Molho Moído topará? Boca Cascavilina sabe bulir na internet? Mas Menino terá olerite para comprar um computador carnê?

Anônimo disse...

TEM QUE TER UM ESMERIU PARA LIMPAR A LINGUA.

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