Ano passado, encerrada a
Festa de Nossa Senhora dos Aflitos, publiquei, neste modesto blog, uma matéria tratando
dos pontos que, na análise deste escriba, foram merecedores de alguns reparos.
Considerando que falta
menos de um mês para o início da Festa de 2012, achei oportuno republicar o
texto, a fim de relembrar os erros e acertos cometidos no passado e,
principalmente, estimular um sadio e importante debate, visando a contribuir
para um evento inesquecível. Segue abaixo:
Todo
evento que ocorre, por mais bem planejado que seja, sempre apresenta falhas.
Não há nada de errado em chamar a atenção para elas. Ao contrário, é
imprescindível que se faça tal análise, a fim de se evitarem os erros cometidos
em edições futuras.
A
Festa da Padroeira deste ano, em sua programação social, merece, na visão deste
humilde escriba, uma nota 8. Parabenizo a Comissão Organizadora, a
Administração Municipal, a direção da Paróquia e a todos os que,
voluntariamente, contribuíram para que a Festa de 2011 entrasse para a
História.
Nem
tudo, porém, foram flores. Problemas ocorreram. É preciso debatê-los, procurar
soluções, sugerir mudanças. Foi essa minha intenção com a última enquete. Os
resultados apresentados, ainda que o universo de participantes tenha sido
pequeno, revelam que as falhas por mim apontadas também foram percebidas por
alguns jardinenses. Convido você, caro leitor, a refletir sobre elas:
Brigas e confusões durante o show de
Garota Safada – Indago se vale a pena torrar mais de 100
mil reais de verbas públicas com a contratação de uma banda que atrai milhares
de forrozeiros de cidades vizinhas, alguns deles brigões, mal educados e
desonestos. A Festa, nessa noite, não foi feita para os jardinenses, que mal
puderam andar pelo Largo da Matriz. Ir ao banheiro era uma maratona. Crianças e
idosos tiveram de ir dormir mais cedo, a fim de lhes garantir a integridade
física. Quem ficou no local sofreu com empurrões, cotoveladas e ameaças. Vi, no
sábado, pessoas feridas. A praça defronte da igreja, no domingo, momentos antes
de se iniciar a procissão de encerramento, estava repleta de cacos de vidro.
Acho que se pagou um preço alto por menos de duas horas de apresentação.
O interminável bingo –
Ninguém, em sã consciência, opõe-se à realização do bingo. A Paróquia necessita
dos recursos arrecadados com a promoção, essenciais para a manutenção da Igreja
local. Questiono apenas a forma como foi organizado neste ano. O horário em que
se iniciou e a quantidade exagerada de dez sorteios empurraram o bingo
madrugada adentro. O problema poderia não ter ocorrido se, por exemplo, os
prêmios fossem reunidos em dupla, reduzindo à metade o tempo consumido com as
“chamadas”.
O apagão no dia do encerramento –
Este evento, obviamente, não poderia ter sido evitado pelos responsáveis pela
Festa. Chamou-se a atenção para ele devido a um fato: o parque de diversões não
possuir um gerador de energia. Quem, no momento do apagão, tinha filhos nos
brinquedos ficou apavorado. Os balões, tão logo as luzes se apagaram,
esvaziaram-se por completo e rapidamente, caindo por cima das crianças que
dentro deles brincavam. Minha filha foi uma das vítimas. O único funcionário
presente não conseguiu, sozinho, retirá-la do local, juntamente com outras duas
crianças. Não fossem os pais delas que lá estavam, uma tragédia poderia haver
ocorrido. Não se pode esquecer disso no próximo ano, quando se vistoriar o
parque que aqui se instalar.
Os três dias de leilão –
Desde que os leilões foram introduzidos na programação social da Festa,
confesso que nunca encontrei alguém que deles gostasse. Neste ano, para piorar,
um dia a mais foi a eles dedicado. A exemplo do bingo, compreende-se a
necessidade do evento. Difícil entender, no entanto, o porquê de se ocuparem
três dias de programação noturna, nos melhores dias da Festa, com atração de
gosto discutível. Não seria possível leiloarem-se dois animais ao mesmo tempo,
o que reduziria o tempo consumido? Ou, melhor ainda, por que não reunir, numa
determinada barraca, todas as pessoas que costumam ofertar lanços, que são as
mesmas de sempre, e conduzir o evento de modo reservado. Afinal, a intenção é
apenas de ajudar à Igreja, não é?
O aperto nas barracas próximas ao
parque – As barracas instaladas no vão entre as duas praças
são o lugar preferido de muitas pessoas, dentre as quais me incluo. A
proximidade delas com o parque, a oferta de boa alimentação e uma razoável
distância do palco são confortos ideais para quem possui filhos e/ou deseja
poder conversar sem ser incomodado pelos exagerados decibéis instalados. Porém,
neste ano, tudo isso foi prejudicado em razão do pouco espaço destinado às
barracas. A instalação de pontos de venda de crepe suíço, sorvete, frituras,
churros, brinquedos e bugigangas, numa quantidade acima do suportável, dificultou
a vida de quem frequentou o local. Há duas soluções possíveis: ou se destina
outro espaço para esses pontos ou se diminui a quantidade de barracas.
Outras falhas –
Durante o jantar, a AJAP (Associação Amigos de Jardim de Piranhas) aproveitou o
evento para entregar a comenda Maria Calisto a jardinenses que se destacaram
nas áreas da Educação e da Cultura. Como integrante dessa associação, avalio
que a cerimônia ocorreu em local inadequado, constatação essa compartilhada
pelo restante da diretoria da AJAP. Embora a intenção inicial fosse a de
conceder maior visibilidade aos homenageados, constatou-se, durante a entrega
da comenda, que o jantar acabou sendo ofuscado. Muitos que ali estiveram
desejavam apenas fazer uma boa refeição, com uma boa música ao fundo. Em nome
da AJAP, desculpamo-nos com todos e nos comprometemos a não cometer o mesmo
erro novamente.
3 comentários:
Concordo com você Alcimar, acho que esqueceu de falar das propagandas da
prefeitura.Nada contra falar que a prefeitura ajudou para que a festa
seja realizada.Agora em cada intervalo ficava mais de 30 minutos só fazendo propaganda do prefeito, fala sério!!!
Deviam aproveitar aquele telão pra exibir a historia da cidade por exemplo,
alertar os jovens sobre consumo de bebidas e drogas. Acredito que tem coisas bem legais pra exibir no telão.
Se eu estiver errada me desculpem, só estou dando a minha opinião.
a festa perdeu a tradição familiar, se tornou um evento onde o lucro é o norte dos organizadores. o largo da igreja e praça padre joão maria foram tomados por exibicionistas, mendigos e deliquentes. a tradição ainda resiste na procissão e missas e novenas.
faço das palavras de alcimar as minhas,parabens alcimar.
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