ACONTECEU HÁ 163 ANOS...

sábado, 18 de agosto de 2012



Na última quarta-feira, dia 15 de agosto, Amaro Cavalcanti, se estivesse vivo, completaria 163 anos. Apesar das inúmeras homenagens feitas a ele aqui em Jardim, Amaro, um dos maiores juristas brasileiros de todos os tempos, não goza de boa fama entre os jardinenses mais antigos. Muitos não o perdoam por ele não assumir ser natural desta terra.

Considero essa crítica um pouco exagerada. Enquanto viveu, Amaro Cavalcanti jamais poderia se dizer jardinense, na medida em que este município só fora criado décadas após sua morte. Natural, pois, que se declarasse caicoense, o que efetivamente fora até a emancipação de Jardim de Piranhas.

Amaro Cavalcanti, junto com o irmão Padre João Maria, são os maiores vultos históricos de Jardim. Ambos nasceram na antiga fazenda Logradouro do Barro, hoje sítio Três Riachos. A trajetória do primeiro pode ser lida no texto abaixo transcrito:

Amaro Cavalcanti

         Jardim de Piranhas também se orgulha de ser a terra natal do maior jurista do Estado, o brilhante Amaro Cavalcanti. Sua biografia assim encontra-se registrada nas páginas do Dicionário Histórico e Geográfico do RN, publicado em 1930:

Jurisconsulto e financista brasileiro. Nasceu na cidade do Caicó[1], a 15/08/1849, sendo seus pais o professor Amaro Soares Cavalcanti de Brito e dona Ana de Barros Cavalcanti. Irmão germano do saudoso Padre João Maria. Iniciou sua vida pública na então Província do Ceará, onde foi professor de Latim e inspetor de instrução. Comissionado pelo Governo cearense para estudar o sistema de instrução elementar nos EUA, matriculou-se na escola de Direito da Union University, de New York, onde fez o curso regular de 12 cadeiras, apresentou tese e, passado o exame final (of graduation), recebeu, em 1881, o grau acadêmico. Nessa escola, onde foram graduados homens como MacKinley, Irving, Parker e outros, alcançou o ilustre riograndense o lugar mais distinto, cabendo-lhe o honroso qualificativo de Prophet, dado ao mais instruído da classe. Regressando à pátria, submeteu-se ao exame de suficiência, sendo declarado habilitado para o exercício da advocacia, a que então se dedicou. Sócio efetivo ou honorário de muitas associações nacionais e estrangeiras, inclusive do Instituto Histórico e Geográfico do RN (sócio honorário), o Dr. Amaro Cavalcanti teve importantes cargos e comissões do Governo, tais como: Ministro Plenipotenciáro do Brasil junto ao Governo do Paraguai, em 1894; Ministro da Justiça e Negócios Interiores, em 1897 a 1898; consultor jurídico do Ministério do Exterior, 1905 a 1906; membro da Comissão Parlamentar do Projeto do Código Civil; delegado do Governo da 3ª Conferência Pan-Americana, reunida na Capital Federal em 1906; Ministro do Supremo Tribunal Federal, cargo em que se aposentou a 30/12/1914. Homem de rara ilustração e de grande amor ao trabalho, o Dr. Amaro Cavalcanti enriqueceu a literatura do país com a publicação de valiosas obras de Direito, Finanças, Religião, Política etc., entre as quais mencionaremos as seguintes: “A Religião”, Ceará, 1874; “Educação Elementar nos Estados Unidos”, Ceará, 1881; “Ensino Moral e Religioso nas Escolas Públicas”, Rio, 1883; “Finances (du Brézil)”, Paris, 1889; “Resenha Financeira do Ex-Império”, Rio, 1890; “Reforma Monetária”, Rio, 1891; “Política e Finanças”, Rio, 1893; “O Meio Circulante Nacional”, Rio, 1893; “A Situação Política ou a Intervenção do Governo Federal nos Estados da União”, Rio, 1893; “Elementos de Finanças”, Rio, 1896; “Tributação Constitucional”, Rio, 1896; “Regimen Federativo”, Rio, 1900; “Sobre a Unidade do Direito Processual”, Rio, 1901; “Direito das Obrigações”, Rio, 1901; “O Arbitramento (no Direito Internacional)”, Rio, 1902; “A Justiça Internacional”, Rio, 1902; “Taxas Protectoras nas Tarifas Aduaneiras”, Rio, 1903; “Responsabilidade Civil do Estado”, Rio, 1905; “Trabalhos (na 3ª Conferência Internacional Americana)”, Rio, 1906. O Dr. Amaro Cavalcanti representou o seu Estado natal como Senador, no Congresso Constituinte da República e na Primeira Legislatura (1891-1893), representando-o, ainda, com o mandato de deputado, na 3ª Legislatura (1897-1899). Foi Prefeito do Distrito Federal. A Prefeitura deu, mais tarde, o seu nome a uma das avenidas do Meyer. O Dr. Amaro Cavalcanti faleceu no Rio de Janeiro, à Travessa Natal, no dia 28/01/1922”.

         O extinto jornal “O Povo”, edição de 13/04/1889, transcreveu seu termo de batizado, ocorrido na matriz de Sant’Ana, em Caicó:

       “AMARO, filho legítimo de Amaro Soares de Brito e de Anna de Barros Cavalcanti, naturais e moradores desta freguesia, nasceu aos quinze de agosto de mil oitocentos e quarenta e nove, e foi batizado na Matriz com os santos óleos aos vinte e um de outubro do mesmo ano pelo Reverendo Coadjutor Francisco Justino Pereira de Brito, de minha licença: foram padrinhos o Padre Domingos Pereira de Oliveira e Alexandrina de Barros Cavalcanti, casada, moradores desta freguesia; de que para constar mandei fazer este assento, que assine-o. O Cônego Vigrº Manoel José Fernandes”[2].


[1] Na época em que o Dicionário foi publicado, em 1930, Jardim de Piranhas era Distrito de Paz de Caicó. Amaro Cavalcanti, a exemplo do Padre João Maria, nasceu na fazenda Logradouro do Barro, chamada hoje de Três Riachos, na zona rural deste município.
[2] MEDEIROS FILHO, Olavo de. Caicó, Cem Anos Atrás. Centro Gráfico do Senado Federal: Brasília, 1988.

4 comentários:

Anônimo disse...

a contribuição positiva para a vida em sociedade é o mais importante em um homem e, não, o lugar onde ele nasceu. gente interesseira e vaidosa é quem se ocupa a fazer propagando negativa ou positiva, do lugar onde o caba foi parido. teve tanta gente desconhecida que contribuiu para amaro cavalcanti se torna o que foi. sem aquela gente, o ilustre nascido nos três riachos ou quem sabe na coronel martiniano, fosse hoje, mais um barros cavalcanti sem protagonismo nos livros de história.

Anônimo disse...

vaidade.
- olha bem, preste atenção, eu sou da terra do grande fulano.
- não diga. em sua terra, a grandiosidade é contagiosa?
interesse.
- prefeito, o jovem boxeador Esquiva ganhou uma medalha olímpica.
- que legal.faremos uma grande festa em homenagem a ele. não esqueça de chamar a mídia.
- prefeito, nosso governo nunca apoiou esse atleta.
- psiu.

Anônimo disse...

ninguem aguenta os comentários desse sujeito. enojam, nauseiam, são chatos igual a ele.

Anônimo disse...

"ninguem aguenta os comentários desse sujeito, enojam, nauseiam, são chatos igual a ele" - esse clichêzinho já era usado pelos sumérios na coneiforme e pelos egípcios nos hierógrifos - também é muito usado nos dramalhões mexicanos - "ih ih ah ah, vem pra, vem cá, vem pra cá você"

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